sexta-feira, 27 de julho de 2012

QUINTO EBA - Segundo dia, primeira imagem - Nebulosa da Lagoa (M8)


Nebulosa da Lagoa M8
Alto Paraíso - Goiás - 19 para 20 de Julho de 2012
Exposição 20x180 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+6 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Iris/Photo Shop 4.0

Após terminar o primeiro dia do Quinto EBA com apenas duas fotos, eu arrumei a minha montagem, que havia apresentado problemas no dia anterior e comecei o segundo dia. Este dia foi de longe o melhor do evento, resultando em seis fotos publicáveis. A primeira delas você vê acima, da Nebulosa da Lagoa. É também a primeira imagem com um erro bem evidente: "Em que diabos eu estava pensando quando enquadrei a Nebulosa na parte debaixo da foto? Por que não a coloquei no meio?". Houve outro erro que não ficou tão evidente assim, mas que ocorreu e pode ser percebido por olhos mais atentos. Quando eu já tinha feito uns dez frames comecei a desconfiar que o foco não estava bom, as estrelas estavam meio grandinhas. Então resolvi fazer um pequeno ajuste no focalizador e de primeira vi o que era uma foco realmente bom.

Fiz mais uns dez frames, sendo que os primeiros quatro ficaram perfeitos, mas os seis seguintes ficaram com problemas de alinhamento. Após vinte frames tão bagunçados desisti da Nebulosa da Lagoa e parti para o próximo objeto.

Mas eu sou um cara curioso e quando cheguei em casa resolvi colocar todos os frames no Deep Sky Stacker, mais 8 dark frames e 10 offsets e ver o que acontecia. O resultado, depois de algum processamento no Paint Shop é a minha melhor foto dessa nebulosa até hoje, mesmo com o enquadramento estranho. Por isso ela está aqui.

Em relação ao foco, ano passado eu usei uma Máscara de Hartmann, que me ajudou muito, mas eu tive o péssimo hábito de achar que bastava acertar o foco uma vez e ele ficaria bom o resto da noite. Isso não acontece por diversos fatores. Um deles é que a câmera pode se descolar para fora do tubo quando o telescópio está apontado para objetos mais elevados. Isso é algo que existe a probabilidade de acontecer. Mas surpreendentemente, podemos ter a surpresa de, mesmo com o telescópio apontando para cima a noite toda, descobrirmos que o foco está é mais para fora e não mais para dentro, que é o que aconteceria se a câmera subisse pelo próprio peso, o que vai contra a lei da gravidade, o que faria Newton se revirar em seu túmulo.

Mas o que fez a câmera subir? Na verdade não foi a câmera que subiu, o que aconteceu é que do começo da noite até o meio da madrugada o telescópio simplesmente encolhe devido a diferença de temperatura. É uma diferença de tamanho mínima, que pode passar despercebida na hora de tirar os frames, mas um décimo de mílímetro é o suficiente para distorcer o foco e você vai acabar descobrindo isso na hora de processar as imagens.

Já em relação aos primeiros frames desta foto de Lagoa, o foco ruim não foi a culpa do peso da câmera e nem da variação de temperatura e sim de desatenção do astrofotógrafo que estava de conversê com os colegas do lado e não prestou tanta atenção no que estava fazendo. Apesar dessa falha, eu devo continuar fazendo o foco de olho mesmo e não com algum recurso digital ou instrumental, pois acho que isso faz parte do desafio, da diversão e esse é o principal motivo de eu praticar astrofotografia.

Um comentário:

  1. Eu queria saber quanto vão custar essas aulas que você está dando, Rodrigo você está de parabéns, pelos desafios, fotos, seus relatos e ... o que mais dizer... ah! Resultados, você mata a cobra e mostra o "sarrafo" rsss....
    Abraço.

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Eu tenho me esforçado para responder todos os comentários, mas posso demorar um pouco, ou mesmo esquecer algum. Por isso, peço paciência e não fiquem constrangidos de me darem um toque, caso eu esteja demorando demais.