quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Sol com o Coronado PST na Páscoa

Nesse feriado de páscoa eu não tive muito tempo para usar o Coronado PST, mas no pouco tempo que tive pude tirar uma foto legal.

O mais legal nessa foto é perceber um flare voando para longe do Sol (a esquerda). As manchas continuam pequenas e acho que vai ficar bom mesmo quando a atividade do Sol ficar mais intensa, como é prometido para 2012.

Aqui em consegui em editores de imagem realçar a mancha solar que aparece na parte de baixo da foto anterior

Minha primeira foto de Céu profundo - Omega Centauri


Minha primeira foto de Ômega Centauri, tirada com um Telescópio Refrator Orion Premium 102mm, uma Canon EOS 550d e uma Barlow Televue 2x.

Acho que o meu conceito de "primeira foto"deveria ser revisado. Afinal, quando eu digo "minha primeira foto de Saturno", ou de Júpiter, na verdade eu deveria dizer "A primeira foto decente que consigo de Júpiter", ou "A primeira foto de Júpiter que tenho coragem de mostrar". Tá! Eu estou exagerando um pouco, mas é claro que quando mostro uma foto aqui elas não foram as primeiras que tirei com determinado telescópio ou de determinado objeto. Foram frutos de muito tempo tirando fotos totalmente erradas e depois de várias tentativas o melhor resultado que consegui atingir. Muitas vezes foram na verdade várias fotos que foram empilhadas num programa que junta várias fotos para tentar consegui um resultado melhor.

Explicado isso, tenho que dizer que este fim de semana de páscoa, consegui minha "primeira" boa foto de um objeto de céu profundo. O alvo foi o aglomerado globular mais espetacularmente visível no céu: Ômega Centauri. Segundo a Wikipedia, um aglomerado globular é a denominação dada a um tipo de aglomerado estelar cujo formato aparente é esférico e cujo interior é muito denso e rico em estrelas antigas, podendo, inclusive, ter até um milhão de estrelas, mantidas juntas pela ação da gravidade. Geralmente localizam-se longe do plano galáctico e, às vezes, muito além disso, no distante espaço intergaláctico.

Uma revista que li faz alguns meses dizia que aglomerados globulares podem ser núcleos de galáxias anãs que foram absorvidas pela Via Láctea, a nossa galáxia. Ômega Centauri é o maior aglomerado globular de nossa galáxia com mais de 10 milhões de estrelas ( é claro que eu não consegui fotografar todas elas).

Essa foi minha primeira experiência usando o conjunto: Telescópio Orion Premium 102mm, Montagem CG5 da Celestron e Canon EOS 550, que formam o núcleo do meu novo equipamento astronômico, para objetos de céu profundo. É uma foto até boa para um iniciante. Dá um trabalhão alinhar a montagem o e eu ainda preciso aperfeiçoar a minha técnica. Acho que se um astrônomo mais experiente estivesse perto de mim, ele teria perdido a paciência com minha dificuldade para fazer o telescópio seguir os objetos celestes sem perder eles de vista após alguns minutos.

Por isso eu não pude usar exposições muito longas para tirar minhas fotos. A imagem acima é fruto de um único frame, com 15 segundos de exposição e exagerados 6400 de ISO.

Também tirei uma foto de M4. Um aglomerado menor na constelação de Escorpião. Essa foto não ficou tão boa, o pouco tempo de exposição a prejudicou muito, parece mais um aglomerado aberto do que um globular, mesmo assim vou mostrar ela aqui:

Esta de M4 na verdade foi tirada antes, mas achei que não mereceu o título de "Minha primeira foto", rssss

Agora vou ter que esperar o próximo feriado para itrar fotos assim, enquanto isso, sigo estudando.

Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Páscoa Astronômica na chácara

Essa Páscoa foi muito legal pra mim. Eu pude finalmente fazer algo pelo qual estava doido, sair de meu apartamento com o equipamento astronômico e levar para um lugar aberto e com muita pouca poluição luminosa.

Foram três noites de observação do céu. Nenhuma foi perfeita, na primeira eu estava cansado demais pela viagem (são seis horas de estrada, eu dirigi 4 e costumo me cansar muito ao dirigir), na segunda noite tudo corria bem quando de repente eu descobri, já lá pelas duas da manhã, que a câmera não tinha gravado nenhuma foto e na última noite eu tive que ir a cidade visitar alguns parentes e só comecei a "brincar"quase uma da manhã.

O céu estrelado da chácara onde às vezes eu me escondo para praticar astronomia. Foto tirada com uma Canon T2i com 15 segundos de exposição.
Mas eu não precisava de uma noite perfeita e, apesar de alguns contratempos, consegui fotos muito boas para um iniciante como eu. Brinquei muito com a Câmera T2i. Hoje chego a achar que o meu principal instrumento astronômico não é meu telescópio refrator ED de 102mm, mas sim está câmera. Sem ela eu não estaria muito melhor do que na época que tinha um refrator acromático de 90mm.

Uma coisa que me assustou nesta primeira ida a chácara depois da viagem aos EUA é o tamanho da minha bagagem. Foram duas mochilas cheias de acessórios, cabos e manuais, mais o telescópio, mais o tripé CG-5, que é muito pesado. Já vi que quando eu tiver filhos, vou precisar de um carro maior do que o meu atual carro popular.

Aos poucos eu vou colocando as fotos que tirei neste feriado. Eu estou processando elas, empilhando e outras coisas para deixá-las mais apresentáveis.

A chácara vista de onde está sendo construído uma torre de observação


Um grande abraço a todos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Conectando a Barlow diretamente à ocular.

Como eu tinha dito no post anterior, eu tinha tido dificuldade para usar uma Barlow de 2x com barril de 1,25" no telescópio Coronado PST. Isso aconteceu por que o PST tem um foco muito curto e quando eu colocava a ocular na Barlow, não conseguia formar a imagem.

Foi aí que lembrei que é possível tirar a lente da Barlow e conectá-la diretamente a ocular. Isso é muito simples e tem tantas vantagem que atualmente acho que essa é a única forma realmente eficiente de se usar esta Barlow: diminui a diferença de foco em relação a usar somente a ocular, torna o equipamento mais leve e, principalmente, enquanto usando a Barlow inteira qualquer partícula na lente aparece na imagem, ao conectá-la diretamente na ocular, não vemos a imagem da lente no campo de visão, fazendo qualquer sujeira desaparecer.

Para entender melhor o que eu fiz, basta ver a foto abaixo. Pode parecer muito simples para um astrônomo mais experiente, mas é muito legal para um novato.

No caso da Orion Shorty 2x, a lente da Barlow é rosqueada no seu corpo. 

Basta desrosquear e rosquear na ocular. Oculares sempre tem rosca para receber filtros.

domingo, 17 de abril de 2011

Primeira boa foto com o Coronado PST

Estou começando a dominar o Coronado PST. O problema era que eu estava usando as câmeras erradas. Hoje tomei coragem de acoplar a Canon 550d ao pequeno telescópio. O tripé altazimutal do meu antigo refrator de 90mm sofreu pra carregar a câmera, mas eu consegui tirar uma boas fotos praticamente segurando a câmera na mão.

Sol com o Coronado PST - Clique na imagem para ver em tamanho grande

Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.


Uma coisa legal que descobri foi que posso tirar a lente da barlow e a acoplar diretamente na ocular, conseguindo o mesmo aumento. Melhor ainda, eu não estava conseguindo focar a imagem quando usava a Barlow com esse telescópio, mas acoplando a lente da Barlow diretamente na ocular eu consegui finalmente focar a imagem, pois infelizmente o foco do PST  é muito curto (Um review desse telescópio deve sair essa semana ou na próxima).

Seguindo tentando tirar fotos melhores de Saturno

Ontem eu continuei tentando tirar fotos melhores de Saturno. Confesso que tenho sofrido um pouco para evoluir. Não consegui tirar nenhuma foto com aumento acima de 100 vezes ainda. A foto abaixo pode enganar por causa do tamanho em que o planeta aparece, mas Saturno só ficou grande assim por que eu usei o zoom digital da câmera Bloggie, que, honestamente, acho que deu tudo o que tinha que dar. Quando eu Usei aumento de 100x no telescópio a câmera pegou bem, mas em aumentos acima disso, o planeta sumiu na câmera.


Eu preciso melhor a configuração de absorção de luz, como Iso, Lux, tempo de exposição, entre outrras coisas. Uma coisa legal é que eu consegui ver bem o planeta usando duas Barlows, uma sobre a outra.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Primeira foto de Saturno com o telescópio ED de 102mm.

Ontem eu terminei de processar a primeira foto de Saturno com o telescópio Orion Premium ED de 102mm. Adaptando a câmera Canon 550d ao telescópio, consegui a imagem abaixo. É uma imagem muito boa, processada no Registax 5.1 através das seis melhores fotos que consegui numa sequência de 30.



Ainda é possível conseguir imagens bem melhores, o problema é que a Canon 550d equivale a uma ocular de uns 20mm e a distância focal do telescópio é pequena (710mm). Assim, mesmo com a barlow de 2x, não estou conseguindo aumentos maiores do que 100x e com esse telescópio seria possível conseguir aumentos próximos a 230x. Uma barlow de 5x seria a solução, mas infelizmente elas são muito caras (seria preciso uma de duas polegadas) e não estou encontrando no Brasil para vender. Importar através de algum site custaria mais de mil reais.

Mas eu ainda acho que consigo fotos melhores com outras câmeras. Eu tenho duas pequenas câmeras que podem ser usadas juntos com uma ocular ortoscópica de 6mm acoplada a Barlow. Então nos próximos dias vou tentar novas fotos.

Comparativo entre um Binóculo Celestron UpClose 10x50 e um Bushnell Falcon 10x50

À esquerda, o Celestron UpClose 10x50, à direita o Bushnell Falcon 10x50
Hoje uma amiga do trabalho me emprestou um binóculo da Celestron que tem um preço muito acessível (para os padrões brasileiros), é vendido numa loja respeitada e acaba sendo uma das compras preferidas por aqueles que estão começando na astronomia. É o Celestron UpClose 10x50, que é vendido por apenas 169 reais no site AstroShop.

Para mim foi uma ótima oportunidade para realizar algo que eu queria fazer faz tempo: um comparativo entre dois produtos astronômicos. O outro Binóculo seria um Bushnell Falcon 10x50 que comprei na Feira dos Importados aqui em Brasília faz seis meses.

Os dois binóculos tem especificações muito parecidas. Ambos aumentam dez vezes, possuem um abertura de 50mm, prismas tipo Porro classe BK-7 e lentes Fully Coated. Nenhum dos dois tem entrada para tripé. O Celestron tem a vantagem de ter um campo de visão maior, 7 graus contra 5.5 do Bushnell, além de um conforto visual um pouco maior também: 11mm contra 9. Quanto a preço, o Celestron, como já disse, custa 169 reais e é vendido num site respeitado, enquanto o Bushnell é encontrado no Mercado livre ou sites obscuros da Intenet por cerca de 270 reais. Olhando assim, o UpClose parece uma compra muito mais interessante do que o Falcon, só que eu queria experimentar os dois para ver se o Celestron era realmente a melhor compra.

A conclusão que cheguei após utilizar os dois durante final da tarde e na noite de hoje é que: a diferença de preço tem explicação: a imagem do Bushnell é bem melhor e não é preciso fazer testes de precisão para concluir isso, a percepção é imediata. Eu acreditava que a diferença entre os dois binóculos seria difícil de se analisar, mas minha própria esposa, que não é muito ligada a este meu hobby, mas me acompanha cariosamente, quando olhou pelo Celestron, antes mesmo de pegar o Bushnell para comparar, com base apenas no uso que tinha feito do Bushnell algumas poucas vezes, logo disse: "O Outro é melhor!".

Realmente, ao olhar pelos dois binóculos durante o dia, achei a imagem do Celestron Upclose estranhamente embranquiçada, com bem menos contraste do que o Bushnell. Ao observar a noite, este problema não apareceu tão claramente, mas ao apontar para os aglomerados na chamada Espada do Cinturão de Orion, percebi que algumas estrelas de magnitude 6.5 eram visíveis com o Falcon, mas não apareciam com o UpClose. É claro que a poluição luminosa aqui é brava, por isso magnitudes tão baixas estavam no limite da visibilidade para estes equipamentos.

A lente do Celestron (à esquerda) parece até maior do que a do Bushnell, mas o Falcon "viu" estrelas que o UpClose não "enxergou". 
Mas nem tudo está perdido para o Celestron. O exemplar de minha amiga teve uma ligeira vantagem no campo do alinhamento entre as suas duas lentes. Ambos os binóculos parecem perfeitamente alinhados quando se observa paisagens terrestres ou aglomerados de estrelas, mas quando se fixa a visão numa única estrela, fica difícil torná-las uma só. Mas achei que no Celestron as duas estrelas que apareciam estavam um pouco mais próximas do que no Bushnell. Essa questão do alinhamento é muito chata (e séria!). Eu ainda não usei um binóculo que se mostrasse perfeitamente alinhado ao se apontar para uma estrela brilhante. E esta característica também pode variar de um exemplar para outro, mesmo sendo binóculos do mesmo modelo.

Eu acredito que as lentes do Bushnell são feitas de um material ligeiramente melhor do que as do Celestron. entretanto, na minha opinião as duas compras são justas, oferecendo o que se paga por elas. Eu já tinha visto diferenças gritantes entre o meu Bushnell e binóculos baratos, na faixa de 50 a 150 reais, mas é a primeira vez que posso compará-lo com um do mesmo nível. A diferença não foi gritante, mas foi mais perceptível do que eu esperava.

É bom observar que o Celestron UpClose custa 25 dólares nos Estados Unidos enquanto o Bushnell Falcon custa 30 dólares, uma diferença muito pequena, praticamente irrisória para um americano. Entretanto não deixa de ser chocante ver que naquele país os dois binóculos tem preços de brinquedo, enquanto no brasil são considerados como "binóculos caros".

O focalizador do Celestron, à esquerda, é tradicional, o do Bushnell é de um tipo chamado de InstaFocus pela própria empresa. Eu particulamente gosto demais deste focalizador, mas não vejo diferença de velocidade ou precisão entre os dois modelos.

Se você realmente só tem 170 reais para gastar, acho que o Celestron UpClose 10x50 é uma boa opção. Ele é bem melhor do que binóculos na faixa de 100 reais que testei. Mas se você tiver um pouco mais, acho que vale a pena procurar um bom binóculo melhor na faixa de 400 reais. Fiquei com a sensação de que apesar das características dos binóculos serem as mesmas, as lentes devem ser feitas com materiais diferentes.

Espero testar mais produtos brevemente.

Não deixe de ver:

Coisas que você vai aprender quando quiser comprar um binóculo

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Foto da Cratera Platão, na Lua.

Enquanto fico aqui no meio da poluição luminosa de Brasília, sigo tentando tirar boas fotos da Lua, com cada vez mais resolução, da janela do meu apartamento.

Ontem o alvo foi a Cratera Platão, localizada próximo ao pólo norte da Lua e que fica numa das regiões consideradas das mais belas de nosso satélite natural.

Apontando o refrator ED de 102mm, com uma câmera Canon EOS T2I e uma Barlow de 2X, consegui a foto abaixo:



Acho que o que chama a atenção desta foto é que ao contrário de muitas outras que vemos da Lua, esta região não é tão dominada por crateras, chamando mais atenção pelas grandes cadeias de montanhas que povoam os arredores da já desgastada Cratera Platão (ou Plato, como também é chamada).

Meu sonho agora é conseguir tirar uma foto dos canais por onde um dia passou lava na Lua. Esses canais hoje estão secos e se parecem muitos com rios da Terra que teriam secado. Mas acho que não vou conseguir isso acoplando a Canon EOS no telescópio, pois não estou conseguindo aumentos maiores do que 100x. Mesmo com a pequena abertura de meu telescópio, acredito que conseguirei fotos com mais resolução do que a acima se conseguir aumentos de cerca de 200X.

Estou com algumas ideias que quero por em prática nas próximas semanas...

Abraços a todos.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Foto da Cratera Copernicus, na Lua.

Cratera Copérnico através de um Telescópio Refrator Orion Premium 102mm ED com uma Canon EOS T2I e uma barlow 2x.

Ontem eu tentei tirar umas fotos com maior zoom da Lua. Foquei principalmente na Cratera Copernicus, que estava fantástica próxima ao terminator da Lua, que é zona entre o dia e a noite, onde os detalhes da superfície são realçados pelas sombras geradas pela luz batendo de lado.

O resultado foi a imagem que você pode ver acima, fruto de cinco fotos processadas no Registax 5.1. Em termos de captação de detalhes, esta é a minha melhor foto de uma área específica da Lua até agora, mas eu espero conseguir imagens melhores usando mais frames, programando a câmera para tirar várias fotos seguidas, algo que não fiz ontem.

A cratera Copernicus se localiza a noroeste do centro do hemisfério da face visível da Lua. Devido a sua relativa juventude em termos de astrogeologia (fusão de Astronomia com Geologia), ela permanece na mesma forma primitiva em que foi formada. Sua borda circular tem um forma notadamente hexagonal.

Devido em grande parte a sua formação recente, o chão da cratera não foi inundado de lava. O terreno ao longo do fundo dela é enrugado no sul e mais suave em direção ao norte. Os picos existentes em seu centro, consistem de tres cadeias separadas entre si, erguendo-se cerca de 1,2 km do solo. separadas umas das outras por vales. 

A cratera Copernicus  tem cerca de 90km de diâmetro. Na foto abaixo coloquei ao lado dela o Distrito Federal, que tem praticamente o mesmo tamanho da cratera.

Comparação da Cratera Copérnico com o Distrito Federal

Primeira foto da Lua com um telescópio Apocromático

Acabei de tirar minhas primeiras fotos usando o Orion Premium ED 102mm, o telescópio que me faz gastar todas as minhas milhas para ir a Nova York realizar o sonho de ter um telescópio apocromático.

Clique na imagem para ver em tamanho grande

Usando um Camerâ Canon EOS T2I anexada diretamente ao telescópio, sem o uso de oculares, tirei essa primeira foto com este telescópio. O resultado me deixou realmente feliz.

O Telescópio tem distância focal de 710mm. Eu não sei exatamente a qual ocular equivale o sensor da Canon T2I, mas em comparação aos 18mm da grande angular da lente 18-55mm que vem originalmente com a Canon, imagino que ao colocar a Canon acoplada ao telescópio este tenha se tornando simplesmente uma lente de 710mm, o que gerou um zoom de 40 vezes.

Para acoplar a câmera ao telescópio eu tive que usar dois acessórios que adquiri na Adorama, em Nova York. Um adaptador para ligar câmeras ao telescópio (http://www.adorama.com/TVCA.html) e um anel para ligar a minha câmera em especial a este adaptador (http://www.adorama.com/LNTMEOS.html).

A facilidade de uso em comparação com apontar a objetiva da câmera para as oculares foi impressionante.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Binóculos e Tripés: Vale a Pena?

Binóculos são fantásticos para se olhar o céu. O pouco aumento é totalmente compensando pelo grande campo de visão, proporcionando imagens fantásticas que iluminam os dois olhos do observador, contra apenas um dos telescópios. E quando a gente vai procurar um binóculo, logo ficamos tentados pelos de maior abertura, como os de 70 ou 80mm. Mas infelizmente muita gente fala que eles são pesados demais e por isso nós nerds sedentários em poucos minutos não teremos força para carregar esses monstros.

A solução milagrosa, é claro, está num tripé. Eu leio isso o tempo todo em fóruns de Astronomia. Então se você caiu de para-quedas aqui no meu blog por que esta procurando por binóculos e tripés, antes que você corra para um site comprar um binóculo 20x80mm de três quilos, achando que terá noites maravilhosas de observação se usar um tripé, eu queria fazer alguns apontamentos.

Eu já tive a experiência de usar um binóculo com tripé e tenho que dizer: foi horrível. Diferente dos telescópios refratores um binóculo não vem com uma diagonal de 90 graus, que permite ao observador olhar para baixo, ou no máximo para frente quando está observando o céu. E isso, pode acreditar, gera um desconforto tremendo. Além do mais, se você quer olhar para cima usando o tripé, então este terá que ser mais alto do que você. No meu caso Não é nada fácil achar tripés com mais de 1,83m, a minha altura.

A solução seria usar o tripé enquanto sentado numa cadeira, mas você logo vai perceber que está totalmente imobilizado, tirando do binóculo a sua melhor qualidade que é a capacidade de passear livremente por todo o céu em poucos minutos.

Em Astronomia os melhores pontos de visão estão nos lugares mais altos do céu. Quanto mais longe do horizonte menos atmosfera a luz do astro tem que cruzar até chegar a seus olhos, o que faz uma grande diferença. Depois de alguns meses usando um binóculo com tripé eu percebi que ele até que era legal para o uso em objetos terrestres, mas para astronomia ele logo se tornou inútil.

Um bom e grande binóculo para astronomia seria como o abaixo, que tem primas diagonais de 90 graus, proporcionando o conforto necessário para observação de objetos mais altos no horizonte, mas infelizmente estes aparelhos são extremamente raros no Brasil e também muitos caros.

Binóculo grande com prismas diagonais de 90 graus, que garantem o conforto nas observações. Imagem de  http://www.teleskop-express.de/

A dica que eu dou é: se você não tem um binóculo e quer comprar um para iniciar astronomia, não caia na ilusão de comprar um aparelho de dois quilos achando que com o tripé todos os seus problemas estarão resolvidos. Fique num aparelho com no máximo 60mm, mas veja bem o peso dele antes de comprar. No fim, saiba que o binóculo mais amigo do astrônomo sempre será o de 50mm, com aumento de no máximo 10 vezes, que estará sempre com você e sempre a mão para estudar e contemplar o céu, garantindo um conforto inestimável e horas de observação numa boa noite.

Outro problema relacionados a tripé em binóculos e que não será com qualquer tripézinho com pernas de 3mm de espessura que você terá boas observações. O tripé tem que ser forte e firme para não tremer muito, por isso não vai custar barato. No fim, junto com um bom binóculo vai custar mais de 1000 reais. Se for para lidar com um trambolho desses, por esse preço, então parta logo para um telescópio. Não acho que binóculo foi feito para se usar assim.

Mas calma, nem tudo está perdido. Existe uma solução interessante, que na minha opinião, se você tiver condições de fazer, pode resolver o problema e tornar a observação do céu com binóculos em tripés bastante agradável. Seria fazer um aparato como o mostrado abaixo, com um espelho alinhado ao binóculo, fazendo o papel de prisma diagonal. Imagino que com um aparelho desses a visão com binóculos deve ser muito divertida e confortável, do jeito que tem que ser. Somente assim vale a pena.

Um espelho colocado abaixo do binóculo, como neste interessante tripé caseiro, permite trazer a binóculos sem prismas diagonais o conforto necessário. Imagem de http://www.swindonstargazers.com/ 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Minha segunda foto do Sol com um Coronado PST: Uma pequena evolução

A chuva voltou com tudo aqui em Brasília. Quando eu achava que finalmente teríamos um fim de semana com céus limpos, as nuvens cobriram tudo com força.

Mas hoje a tarde, durante uns vinte minutos, o Sol apareceu e eu corri para a janela com o Coronado PST tentar tirar algumas fotos, com uma CyberShot da Sony presa ao telescópio a um adaptador.

Em um período tão curto, não deu para testar quase nada, mas consegui a imagem abaixo de alguns flares solares que apareciam.

Flares solares no dia 10/03/2011.
Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.


É uma imagem simplória. Quem conhece o pequeno Coronado PST sabe que ele é capaz de muito mais do que isso. Mas eu estou aprendendo mesmo e não seria tão divertido se fosse fácil não é?

Em comparação com a minha foto anterior, já há uma evolução visível. Os flares solares estão mais definidos. É uma pena que seja difícil para mim usar o Coronado PST durante a semana, pois eu trabalho de Dia, eu poderia fazer mais testes com as câmeras.

domingo, 10 de abril de 2011

Ida a BH e volta a Adorama em Nova York

A imponente fachada da BH photo
Como disse no post anterior, depois de comprar o telescópio que tanto queria, eu tinha mais três dias em Nova York, honestamente "sem muito o que fazer", então obviamente iria a outra loja considerada boa para Astronomia, a BH photo.

Ainda bem que eu não queria mais um telescópio e sim apenas alguns acessórios. Fui ao balcão onde havia um judeu em trajes típicos e tentei conversar com ele. Mas logo percebi uma coisa: ele não era um astrônomo, demorou um tempão para entender que eu queria um "finderscope" com espelho de diagonal e quando achou o catálogo, me mostrou um pequena lista com poucos e básicos "finderscopes". Pensei em pedir mais alguma coisa para ele, mas estava muito desanimado com o BH Photo e ele parecia totalmente sem paciência. E nem sequer havia um telescópio ou binóculo mais interessante exposto. Resolvi ir na seção de fotografia e comprar um cabo disparador para a minha câmera por 20 dólares e fui embora. Um cabo disparador é um acessório muito interessante para Astronomia, por que permite a você tirar as fotos sem ter que encostar na câmera, o que sempre gera tremido, algo inaceitável em Astrofotografia.

No dia seguinte, fui a uma loja muito legal, chamada "Forbidden Planet", especializada em brinquedos, miniatura e outras coisas relacionadas a Ficção científica. Lá eu comprei quatro camisetas muito interessantes. Na mais legal Han Solo aparece com a arma na mão e diz: "Damn Right, I Shot First" (os mais nerds vão entender, rsss)

Depois da Forbidden Planet, voltei para a Adorama. Lá, conversando com o Micheal Peoples, vi a vantagem de estar conversando com um astrônomo amador avançado. Ele me indicou uma excelente Barlow, uma diagonal de duas polegas e uma ótima buscadora da Orion com diagonal de 90 graus, a mesma fabricante do meu telescópio. Era exatamente o produto que procurava. Ele sabia que eu tinha um Premium ED de 102mm da Orion e sabia que a buscadora seria perfeitamente compatível.

A conclusão que cheguei foi óbvia. A BH é muito maior, mas a Adorama, para astronomia, é muito melhor, mas vá sabendo o que você quer, principalmente se quer um telescópio, pois eles não estão a mostra. A área de telescópios da Adorama na verdade parece uma barraquinha de feira, mas eles tem produtos excelentes no estoque que estão a poucos metros dali.

Graças a esta viagem, eu agora tenho um excelente equipamento de astronomia. Agora falta aprender a usar.

O interior da Adorama

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Minha primeira foto do Sol com um Coronado PST

Eu não tenho lá muito orgulho em mostrar a foto abaixo. Não há nada nela que mereça algum destaque. Ela é muito mais um registro de minha falta de técnica.

Mas é a primeira foto que tirei com um pequeno telescópio solar chamado Coronado PST (Personal Solar Telescope), uma opção popular aos caríssimos telescópios solares. Este telescópio possui um filtro H-Alpha, capaz de produzir imagens bem mais legais do que simplesmente identificar as manchas solares.

Nessa primeira foto, tirada num dia nublado e com muito vento, eu consegui meus primeiros registros de flares solares, que aparecem na borda do Sol.

Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.

domingo, 3 de abril de 2011

Comprando Telescópio em Nova York: Como fui e voltei da Big Apple com um refrator ED de 102mm

Faz quatro meses, eu notei que havia conseguido tantos pontos no meu cartão Smiles que poderia fazer uma viagem ao exterior, mas especificamente aos Estados Unidos. Nesta mesma época também comecei a cogitar seriamente comprar um novo telescópio. Então como os preços no Brasil cobrados por um produto desses é realmente abusivo, resolvi que iria ao exterior comprar um bom telescópio e decidi que a cidade onde faria isso seria Nova York, onde já estive uma vez e sei que tem a enorme vantagem em relação às outras cidades americanas de ter um fantástico sistema de metrô, que dispensa totalmente o aluguel de um automóvel, algo quase que obrigatório no resto dos Estados Unidos.

Eu já havia estado em Nova York uma vez. Conhecia razoavelmente Manhattan e, principalmente, o seu sistema de metrô. Sabia inclusive que se você tem pouca bagagem, o metrô é uma opção melhor para se chegar a seu hotel do que um táxi. Assim, liguei para a central Smiles e comprei uma passagem para Nova York pela Delta Airlines. Foi fácil e fui muito bem atendido. Realmente gostei do serviço.

Agora precisava saber onde e qual telescópio comprar. Consultei na comunidade "Astronomia!" no Orkut e lá me falaram que existem basicamente duas boas lojas onde se pode comprar telescópios em Nova York, a Adorama e a B&H Photo. Olhei os sites destas duas lojas de cima em baixo. Querendo comprar um bom pequeno refrator, percebi que a adorama tinha as melhores opções, com bom refratores do tipo ED entre 500 (o popular Orion ED 80mm) e 1500 dólares (um tripleto da Meade de 102mm). Mas de todos, o que mais me chamou a atenção foi o Orion Premium ED de 102mm por 900 dólares.

Já no site da B&H Photo, basicamente não haviam telescópios refratores do tipo ED. Ou eles tinham acromáticos simples ou os caríssimos apocromáticos da Vixem ou Televue, cujos modelos de 80mm ficavam em torno de 2 mil dólares. Então, desde os primeiros momentos de minhas pesquisas eu percebi que a Adorama seria minha loja preferida.

Alguém da comunidade do Orkut me aconselhou a trazer um telescópio de menos de 500 reais, que estivesse dentro da cota permitida para se fazer compras no exterior, mas eu achei que se o Orion Ed 102mm custava 900 dólares e se eu tivesse que pagar 50% de imposto sobre o valor que excedia a cota, então um valor final de 1100 dólares, ou cerca de 2000mil reais com o imposto municipal de Nova York, ainda era um senhor negócio e, relação ao que se conseguiria no Brasil. No site da loja brasileira Astroshop, por exemplo, o tripleto de 80mm da meade não sai por menos de 4 mil reais e custa apenas 800 dólares na Adorama.

Havia um telescópio que também me chamou muita atenção. Encontrei em outros sites o Orion ED premium de 110mm, que com uma abertura maior custava apenas 100 dólares a mais que o modelo de 102mm. Ele estava disponível em alguns sites, como o Telescope.com, que pertence a Orion, seu fabricante. Cheguei a seriamente cogitar comprar o Ed de 110mm pela internet e apontar como local de entrega o hotel onde ficaria em Nova York. Muitos hoteis nos Estados Unidos permitem que você faça compras e peça para que elas sejam entregues no hotel. Mesmo que as encomendas sejam entregues antes de sua chegada, eles guardam tudo. Pelo preço espetacular do Orion ED 110mm, isso parecia valer muito a pena. Mas infelizmente quando chegou a hora de comprar, o telescópio estava fora de estoque em todos os sites e programado para chegar quase um mês depois da minha viagem. Então o meu telescópio seria mesmo o modelo de 102mm.

Uma semana antes da viagem, mandei um e-mail para a Adorama, perguntando se eles tinham o Orion Premium ED 102mm. Eles me responderam que tinham um e acreditei que ninguém compraria este aparelho neste pequeno intervalo de tempo. Cheguei em Nova York segunda-feira passada (28/03/2011). Fui de metrô até o Hotel e assim que joguei minha mochila na cama corri para Adorama, onde esperava encontrar o Ed 102mm.

A primeira impressão que se tem da Adorama, olhando de fora, não é lá grande coisa. A loja parece pequena e acanhada por fora, mas por dentro é realmente muito grande. Lá fui direto para o setor de telescópios, onde tive que insistir para o vendedor para que encontrasse o telescópio que eu queria. Ele de cara disse que eles não tinham, mas eu disse que havia mandado um e-mail faziam alguns dias e tinha sido respondido que eles tinham o telescópio. Perguntei se eles tinham vendido o aparelho. O vendedor, que por sinal é um astronomo amador avançado, procurou mais um pouco e achou o Ed 102mm no sistema.

Infelizmente a Adorama tem muitos telescópios, mas nenhum bom refrator está exposto, estão todos no estoque. Então é bom você saber o que quer antes de ir lá e também saber se eles estão em estoque. Eu quis que eles me trouxessem outros telescópios para ver. Queria ver o tripleto de 80mm da Meade e o Ioptron de 108mm, mas o vendedor falou que isso naum seria possível (ou que ele não estava afim). Eu tava puto com a Adorama, mas queria o meu telescópio e sabia que naum acharia em outro lugar. Então pedi para que me trouxessem logo o ED 102mm da Orion, que veio muito porcamente embalado, diga-se de passagem. Apesar de tudo o vendedor bateu um papo bem interessante comigo enquanto esperávamos o telescópio, e me pareceu bem mais amigável naquele momento. Foi bom para praticar meu inglês. O nome dele é Michael Peoples e ele se define como sendo um caçador de super-novas.

Peguei o Telescópio, uma câmera DSLR da Canon e paguei. Pedi para que um outro vendedor, que estava no caixa, me ajudasse a pegar um taxi. Ele me levou até a porta, avisou que não poderia ficar muito tempo ali (afinal, ele tinha que vender mais né?) e eu tive que me virar. O que diga-se de passagem não foi difícil, tirando o fato de que o motorista parecia ter acabado de sair da Al Quaeda. Visual que parece ser a moda entre os taxistas de Nova York.

Cheguei no Hotel e abri a caixa. Era hora de pensar em como eu faria para levar o bichinho para o Brasil. Eu tinha ido para os Estados Unidos apenas com uma mochila, então no dia seguinte comprei uma mala, feita com material rígido, por 100 dólares. Uma mala excelente por sinal. Coloquei várias roupas, isopores e espuma em volta do refrator, o colocando de um jeito realmente firme na mala.

Trazer o telescópio para o Brasil foi fácil. Bastou colocar na mala e deixar as companhias aéreas fizessem o serviço (e rezar para que nada acontecesse com ele). É claro que eu fiquei com medo de furtos. Na hora de ir embora fiz questão de trancar a mala com um cadeado de chave. Muita gente diz que se você fizer isso os americanos vão rasgar a sua mala para ver o que tem dentro, mas felizmente, apesar da minha mala aparentar ter sido colocada no avião a base de chutes, ele não foi aberta. O telescópio chegou intacto.

O Orion Premium 102mm ED, já em casa, no tripé do meu antigo refrator de 90mm e com alguns acessórios comprados a parte.