terça-feira, 28 de junho de 2011

Vídeo - Usando o Deep Sky Stacker

Hoje, atendendo ao pedido de um amigo do Orkut, fiz um vídeo explicando como uso o Deep Sky Stacker, programa utilizada para empilhar fotos de objetos de céu profundo e gerar uma imagem mais elaborada.

Para quem está começando na Astrofotografia e tem dúvidas sobre como usar este programa, acho que vale muito a pena assistir esse vídeo. Assista em HD e em tela cheia, para ver claramente o mouse e as opcões.




Espero que gostem!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ômega Centauri (NGC 5139) da Janela do apartamento - muitos frames para tentar mais qualidade.

Eu sigo tentando tirar improváveis boas fotos da janela do meu apartamento. Ontem a vítima foi Ômega Centauri, ou NGC 5139. Eu já tirei algumas fotos deste objeto, mas sempre acho que dá pra melhorar mais um pouco. Impossibilitado de conseguir longas exposições devido a poluição luminosa, o negócio é tirar muitos frames. Tirei cerca de 70 fotos do aglomerado globular em ISO 1600, das quais 18 foram excluídas por estarem levemente distorcidas, com rastros ou fora de foco. Com mais 15 dark frames e 15 flat frames, joguei tudo no programa Deep Sky Stacker.

Uma boa vantagem que tenho do meu apartamento é o fato de que está marcado no chão onde eu devo colocar o tripé, o que dispensa o alinhamento do telescópio, algo que em dias de azar me consome horas.

Para essa foto, além do meu equipamento básico, também usei uma Big Barlow 2x da Televue


Abaixo, resolvi colocar uma comparação com a foto que eu tinha tirado na chácara, também usando a Barlow. Apesar da poluição luminosa sobre meu apartamento, acho que é possível ver a minha evolução como astrofotografo. Afinal, naquela foto da chácara eu usei apenas um frame, mal sabia da existência do DSS e nas vantagem de se usar muitos frames para se reduzir o ruído.

Abraços a todos

domingo, 26 de junho de 2011

NGC 3293, trapalhadas e evolução num aglomerado aberto que acabei de conhecer


Hoje fotografei uma aglomerado que não conhecia. NGC 3293. Foi até engraçado por que acabei me atrapalhando na hora de ver qual objeto era. Fotografei ele jurando que era 3766, The Pearl Cluster, que na verdade pensava que se chamava NGC 3532, Wishing Well Cluster, até que achei estranho o fato de ter apenas uma estrela vermelha brilhante, enquanto NGC 3766 tem duas. Fui dar uma pesquisada na internet e acabei descobrindo o verdadeiro nome do objeto que eu captava,NGC 3293, que não tem nome e é realmente muito parecido com o Pearl Cluster.

Apesar disso e até ter chegado a publicar em alguns lugares o aglomerado com o nome errado, fiquei muito feliz com o resultado. A imagem foi conseguida através de frames curtos, com apenas 15 segundos de exposição. Acho que nem dava pra tentar mais, pois com a poluição luminosa do local onde moro, quanto maior a exposição, maior é o efeito da poluição luminosa também.

Apesar de curtos, os frames foram muitos. Consegui aproveitar 28 dos 40 que tirei. com mais 20 dark frames, já tinha um bom material para colocar no DSS. Não usei Flat frames. Minha lanterna está sem bateria e minha câmera, ainda bem nova, não tem nenhuma mancha ou sinal de poeira no sensor, tonando os Flat Frames um exagero..


Nessa foto em já mostro um domínio melhor no pós-processamento. Estou entendendo melhor o DSS e preferindo as imagem em que salvo as alterações feitas por este programa. Antes eu não salvava.

Abaixo, a imagem com um pouco mais de Zoom.


Um grande abraço a todos!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fotografando - M4. Enfrentando a poluição Luminosa do Guará

Tirar fotos da janela do meu apartamento tem algumas vantagens. Não há umidade, é bem quentinho em relação a área rural, principalmente nessa época do ano, e as minhas coisas estão todas as mão, mas isso tudo não compensa a terrível poluição luminosa que enfrento aqui do Guará.

Até agora eu só tinha tirado fotos de objetos apontados para o Sul, mas ontem tentei fotografar alguns objetos que estavam apontados para o oeste. Infelizmente descobri que a poluição luminosa é muito mais terrível nessa direção do que para o Sul. O principal culpado é a verticalizada cidade satélite de Águas Claras, com seus cerca de 500 prédios entre 10 e 30 andares. A cidade, com enorme concentração populacional, brilha como um farol naquela direção. A enorme Taguatinga, que fica logo atrás, piora ainda mais a situação.

A prova disso é a foto abaixo, do Aglomerado Globular de M4. Trata-se de uma frame original, sem qualquer retoque ou processamento, tirada com a Canon T2i através do refrator ED. 


É claro que eu não iria deixar a foto sim. Tirei cerca de 30, mais 15 dark frames, e botei tudo no Deep Sky Stacker. Depois foi fazer muitos ajustes neste programa, no Windons Live Galey e no Photoshop para chegar ao resultado abaixo:


Eu podia ter deixado o céu mais escuro, mas isso daria as estrelas um aspecto meio artificial. Eu não gosto de fotos exageradamente processadas.

Felizmente daqui uns dias vou para a Chapada dos Guimarães, onde se tudo der certo, vou conseguir fotos melhores.

Abraços a todos.

domingo, 19 de junho de 2011

A melhor foto do Sol do fim de semana

Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.

Acho que estou começando a tirar fotos realmente legais com o Coronado PST. Esta acima foi a minha melhor foto do fim de semana e com certeza a melhor que já tirei até hoje. É uma foto que realmente me deixa orgulhoso.

Lembrando que as últimas melhorias só foram conseguidas graças a aquisição de uma Câmera Neximage, que trata-se na verdade da antiga SPC900, que a Celestron fez muito bem em pegar o projeto e colocar sua marca, mantendo assim uma excelente Webcan para astrophotos ainda disponível no mercado.

Algumas fotos do Sol ontem (18/06/2010)

Ontem foi dia de fotografar o Sol, algo que só posso fazer final de semana, pois no meio de semana eu trabalho das noves às dezessete horas, o que me impossibilita de estar em casa quando o sol está visível da janela do meu apartamento, que é apontada para o Oeste.

O Sol, na verdade, só tem ficado numa posição em que é possível fotografá-lo depois das três e meia da tarde. Foi quando posicionei o Coronado PST sobre a montagem Celestron CG-5 e coloquei a câmera Neximage no pequeno telescópio.

Os resultados que consegui você pode ver na imagem abaixo.

Pequenas manchas solares, as únicas visíveis neste dia.
Atenção - Fotos tiradas com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.

Interessante erupção solar com um aspecto que lembra até um fantasma.

Aqui a erupção mais de perto.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Via Láctea vista da chácara

Essa é uma das últimas fotos que devo mostrar tirada durante minhas férias na chácara, até por que o ENOC está se aproximando.

A foto tirada abaixo tem o interessante aspecto de ter sido tirada sem telescópio, que foi substituido na montagem Celestron CG5 pela câmera T2i da Canon. Como a montagem já estava alinhada desde o dia anterior e o aumento é muito menor do que com o telescópio, consegui tirar fotos de até 5 minutos de exposição. Foram 5 frames com ISO 800.

O resultado você confere abaixo:

Clique na imagem para ver em tamanho maior!


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Algumas coisas que dá pra ver com um refrator de 90mm

Meu telescópio refrator de 90mm

Para ajudar aqueles que buscam informações sobre telescópios, resolvi fazer uma relação dos principais objetos que são visíveis num telescópio de 90mm de abertura e distância focal de 910mm, um dos que eu tive, e como eles são vistos:

Visíveis mesmo em áreas de forte poluição luminosa:

Lua: É possível ver inúmeros detalhes. É onde a aberração cromática deste tipo de telescópio mais fica visível, principalmente quando se olha para suas bordas.

Mercúrio: É possível ver suas fases, lembrando um pouco a visão que temos de nossa Lua a olho nu, mas sem nenhum detalhe.

Vênus: É muito parecido com Mércúrio, mas duas vezes maior. Como em Mercúrio, não é possível ver detalhes da superfície ou da atmosfera.

Júpiter - É possível ver as duas principais faixas atmosféricas e a Grande Mancha Vermelha. Também é possível ver as suas quatro maiores luas e, o mais legal, a sombra delas passando sobre o disco do planeta;

Saturno: É possível ver claramente os anéis. Quando estão bem abertos é possível ver a divisão de Cassini. Titan é visível mesmo com razoável poluição luminosa. Outras luas maiores, como Réia, só com muita escuridão.

Marte: Quando em oposição (mais próximo da Terra) é possível ver os pólos e o Vale Marineris. Enquanto os outros planetas aparecem sem cores neste telescópio, marte aparece um pouco avermelhado.

Urano: Ainda não tive a oportunidade de observar. Mas sei que é possível vê-lo como um pequeno círculo e talvez algumas luas sejam visíveis em céus muito escuros.

Netuno: idem a Urano. Deve aparecer como um círculo menor ainda e sem nenhuma lua visível ( nem mesmo Tritão)

Omega Centauro: Num local beeeem escuro e com bastante paciência, é possivel ver (ou achar que viu!) algumas estrelas em separado.

M42 - Mesmo em áreas com muita poluição luminosa é possível ver que trata-se de uma mancha, mas em locais afastados é possível ver alguns detalhes de sua forma. Como em qualquer nebulosa ou outro céu profundo, esqueça as cores.

Aglomerados Abertos mais brilhantes: Aglomerados abertos com magnitudes menores do que 7 são bem visíveis neste telescópio mesmo em áreas onde a poluição luminosa pode atrapalhar: Os melhores são M6, M7, M45, NGC 3532, mas há mais uma dezena que pode ser vista. Normalmente é possível ver a diferença de cores entre as estrelas.

Visíveis somente em locais bem afastados da poluição luminosa:

M31 - É uma ótima visão para um telescópio deste tipo. É possível ver suas galáxias satélites.

M104 - Surje como uma leve mancha, também com bastante esforço (em visão indireta) é possível ver a linha no meio da Galáxia. Muitas outras galáxias com magnitude parecida são visíves como pequenas manchas.

NGC 5128: Em visão indireta é possível perceber a camada de poeira que passa no meio desta galáxia até mais facilmente do que em M104.

M57 - Esta nebulosa planetária está no limite da visibilidade deste telescópio, sendo visível somente através de visão indireta como uma pálida mancha.

M27 - Aparece um pouco mais brilhante do que M27 e pode ser vista com visão direta, mas somente como uma pálida mancha também, embora um pouco maior.

Nebulosas M8 - Lagoa, M16 - Águia, M17 - Ômega, M20 - Trífida. São vistas como  manchas bem evidentes, mas com quase nenhum detalhe.

Nebulosa Eta Carinae: É pra mim o melhor objeto de céu profundo que se pode ver com esse telescópio (recomendável o menos aumento possível): É possiver ver bem a nebulosidade e o meio, mais escuro, cortando ela como um rio.

Aglomerados Abertos: Dezenas são visíveis. Os mais legais de se ver são M6, M7, NGC 3532, Caixa de Jóias.

Aglomerados Globulares: Dezenas são visíveis, mas também como pequenas manchas. 47 Tucanae, também chamado de NGC 104 chama a atenção pelo seu núcleo denso, parecendo um farol apontado para nós.

Pequena e Grande Nuvem de Magalhães: Os céus do hemisfério Sul são mesmo os melhores. Só nós podemos  ver estas duas galáxias tão próximas da terra que são verdadeiros monstros no céu. Observar as nuvens de Magalhães é talvez a visão mas recompensadora que se pode ter com um telescópio de 90mm em termos de céu profundo, mas o local precisa estar bem escuro (uma chácara ou fazenda afastada da cidade) senão esqueça.

Dicas:

Já ter visto a foto dos objetos descritos acima, principalmente das nebulosas e de Marte, ajuda muito na percepção de detalhes.

A maioria dos telescópios de 90mm vem com oculares do tipo Plossi. São basicamente oculáres quebra galho. além disso, uma ocular de 10mm só produz um aumento de 91 vezes num telescópio de 910mm de distância focal. Por isso para observações planetárias é muito recomendado a compra de uma ocular de 5mm ou 6mm. Um modelo que eu realmente recomendo é a ocular do tipo Ortoscópica. Ela tem pouco conforto visual e um campo de visão um pouco menor do que outros tipos de oculares, mas é de longe a que produz a melhor imagem.

Evite montagens que tenha tripés sem controle de precisão. Controles de precisão são fundamentais para uma boa observação, sem eles, manter um planeta no campo de visão em grandes aumentos será tão cansativo que irá tirar toda a graça da observação. Procure montagens equatoriais, como esta aqui, ou altazimutais com controle de precisão, como esta aqui.

Saiba também que:

Em áreas com muita poluição luminosa, a diferença entre um refrator de 90mm é um refletor de 250mm é muito pequena. Já quanto mais escuro for o local, maior será a diferença de desempenho entre os dois, favorecendo o refletor de 250mm.

Pode haver diferenças de qualidade entre os produtos que diferentes marcas usam para fabricar suas lentes, podendo causar variações nas observações acima. Elas foram feitas com um telescópio na marca Orion, que é uma marca de que gosto muito. Cuidado com marcas desconhecidas e mesmo a marca Celestron às vezes relaxa em seus produtos mais baratos.

Este post não encerra todos os objetos celestes visíveis com um refrator de 90mm.

Espero ter ajudado

terça-feira, 14 de junho de 2011

Primeiras fotos da Lua com a Webcan Celestron Neximage

Mais brincando do que qualquer outra coisa, na noite de domingo eu tentei as primeiras fotos da Lua com a Webcan Celestron Neximage. O "seeing" no Guará é terrível, chega a parecer que o céu esta respirando enquanto você tenta tirar as suas fotos.

Eu usei duas Barlows de 2x, uma Televue Big Barlow e uma Orion Shorty 2x, mesmo assim não acho que o aumento foi lá grande coisa. Será que vou precisar de uma Barlow 5x para fotos da Lua?

Segue abaixo o resultado da brincadeira:



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Centaurus A/ NGC 5128 - Reprossessada

Depois que voltei da chácara não me restou muita coisa senão tentar reprocessar muitas das imagens que consegui lá. Uma das tentativas que considerei razoavelmente bem sucedidas foi o reprocessamento da Galáxia Centaurus A ou NGC 5128.



Para conseguir a imagem acima em empilhei vinte frames com ISOs diferentes: 10 de 1600 e mais 10 de 3200. Não é algo muito aconselhável. Se eu pudesse voltar no tempo tentaria essa foto com 60 frames de 30 segundos em ISO 1600, mas isso fica pra próxima. E se tivesse condições, o ideal seriam frames maiores, com ISO mais baixos, mas isso vai demorar um pouco mais.

Para comparação, veja a foto anterior desta galáxia.

Abraços a todos!

sábado, 11 de junho de 2011

NGC 6231 -Minha foto de um dos lugares mais legais para se observar com binóculos ou pequenos telescópios

Desde quando tinha um telescópio refrator de 50mm, desses que se compra em shoppings, eu gostava de olhar para a região da constelação de Escorpião onde está a dupla de estrelas ζ1 Sco e ζ2 Sco. Trata-se de uma estrela dupla aparente (ou não-relacionada), já que a primeira está a quase 3 mil anos luz de nós, enquanto a segunda está a pouco mais de 150 anos luz de distância, bem mais próxima.

Olhar pare está duas estrelas com binóculos, mesmo em regiões com razoável poluição luminosa, é sempre uma experiência agradável. É uma área repleta de estrelas brilhantes e das mais diversas cores, com o aglomerado aberto NGC 6231 bem no centro. 

Encantado com essa região, resolvi tirar uma foto simples dela, tirada com sete frames de 30 segundos. Se você tiver um binóculo, não deixe de apontar para lá!



sexta-feira, 10 de junho de 2011

M27 - Nebulosa dos Halteres/Blundell

A foto abaixo não foi um exemplo de como se deve tirar uma fotografia de um objeto celeste. Eu fiz dez fotos em ISO 1600 e mais dez em 3200. Eu empilhei dez com ISO 1600 e o resultado ficou razoável, então resolve empilhalhas todas as vinte no Deep Sky Stacker (DSS) e ver o que virava, o resultado foi esse:

Eu tenho visto como é importante usar muitos frames no DSS para conseguir imagens melhores. Nas minhas próximas astrofotos vou abusar do número de frames..


O equipamento foi o de sempre

quarta-feira, 8 de junho de 2011

De volta em casa, é hora de reprocessar imagens

Eu estou longe da chácara, onde passei as duas últimas semans tirando fotos do céu. Aqui do meu apartamento, sem o céu da chácara, mas com um processador quadcore a disposição, o negócio é trabalhar com as imagens que captei nas minhas férias. Foram mais de 3 mil arquivos de fotos em mais de vinte gigabytes de dados. Eu até me perco no mar de imagens.

Ontem trabalhei mais um pouco com a foto de Eta Carinae que tirei através de 60 frames de 20 segundos. cheguei a conclusão de que realmente os 3200 de ISO que usei geram muito ruído na imagem. Para tentar amenizar isso, peguei os sessenta frames, diminuí o brilho e empilhei de novo no programa Deep Sky Stacker. Depois eu fico mexendo na imagem, mudo brilho, contraste, foco, saturação, entre outras coisas até que a imagem vá melhorando. Muitas vezes ela piora, adquire um aspecto de desenho e eu tenho que voltar atrás.

Assim, após horas de trabalho e processamento no computador, acho que consegui minha melhor imagem até agora desta nebulosa.

Eta Carinae/ NGC 3372 - Foto tirada com 60 frames de 20 segundos, empilhadas no programa Deep Sky Stacker e tratadas no PhotoShop.


Aqui, com um zoom eu destaco a nebulosa "Homúnculo"
O equipamento foi o meu equipamento padrão.

Abraços a todos!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Meu equipamento principal de Astrofotografia

Eu nunca fiz um levantamento de todo o meu equipamento básico de Astronomia.

Acho legal fazer um post sobre isto, principalmente como referência para os posts onde eu publico fotos. Vou começar falando do essencial:

Telescópio:
Orion Premium ED 102mm F7

Trata-se de um refrator, mas não um refrator comum, como os acromáticos que vemos a venda no Brasil. É um refrator do tipo ED, ou semi-apocromático, como alguns chamam. Ele é composto por apenas duas lentes de 102mm, como num telescópio acromático, mas elas são tratadas com material que evita dispensão da luz, como num apocromático. Não se acha esse telescópio no Brasil, na verdade é muito raro um telescópio com características parecidas ser encontrado por aqui, por isso comprei ele durante uma viagem ao exterior e trouxe na mala. Há também o modelo de 110mm, por apenas 100 dólares a mais. Só não comprei este por que estava fora de estoque quando viajei.

Note que este telescópio e vendido com apenas o seu tubo. Não há oculares, buscadora ou diagonal. É o chamado OTA, opção comum para quem está montando um sistema de astrofotografia personalizado e valoriza que todos os componentes sejam de boa qualidade.

Câmera:
Canon EOS Rebel T2i (550d)


Acho que Canon não faz suas câmeras DSLR pensando nos astrofotógrafos, mas estes logo descobriram que as DSLRs desta marca eram ótimas para astrofotografia. Elas podem também ser modificadas para se tornarem ainda melhores, coisa que eu não tive coragem de fazer ainda, pois em muitos casos inviabiliza seu uso no dia-a-dia. Também comprei ela no exterior, dessa vez apenas por questão de preço, pois ela pode ser comprada no Brasil. Hoje penso que podia ter comprado a T3i, que estava disponível quase pelo mesmo preço.

Montagem:
Celestron CG5

Eu na verdade queria a Sky-watcher HEQ5, mas uma boa montagem é algo pesado demais para eu animar trazer do exterior na bagagem, então tive que comprar no Brasil e a única que atendia minha necessidades e estava disponível por aqui era a Celestron CG5, no Astroshop. Eu tinha receios em relação a esta montagem por que ela é considerado barulhenta por alguns astronomos em fóruns da internet. Felizmente este problema nunca me incomodou, até por que o motor só faz um barulho um pouco mais alto quando é preciso fazer grandes movimentações, mas nestes casos prefiro movimentar o telescópio manualmente por que é muito mais rápido e fácil. Quando somente em acompanhamento, é quase impossível ouvir o motor do CG5.

Esses três item acima fazem o trio obrigatório para quem quer praticar Astrofotografia: Um bom telescópio, uma boa câmera e uma boa montagem. O equilíbrio entre os três é fundamental e acho que neste ponto eu estou bem servido. Sei que com este equipamento posso tirar fotos bem melhores do que minhas atuais e isso é motivador.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eta Carinae (NGC 3372): Meu primeiro zoom no "Homúnculo" dessa fantástica Nebulosa

Eu saí da chácara quinta-feira passada. Na noite de quarta-feira, antes que o céu ficasse nublado, tive tempo de tirar 60 boas fotos da nebulosa de Eta Carinae. Tirar fotos com muitos frames era algo que eu já estava devendo. Tirar muitos frames pelo que estou entendendo, compensa o fato de que eles sejam curtos.

Na foto eu destaco o Homúnculo, a bola de gás semelhante a uma flor (ou a um cérebro) no centro à esquerda na foto.

Eta Carinae: Foto tirada com 60 frames de 20segundos em ISO 3200, capturadas em JPG, empilhadas no Deep Sky Stacker e processada no Photo Shop CS4.
 Eu estava cheio de outros planos neste dia, mas infelizmente, o frio, a gripe e as núvens me venceram.

O equipamento foi o de sempre, meu Orion Premium ED de 102mm, Canon EOS 550d e Montagem Celestron CG-5.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lembranças da minha "primeira Astrofoto"

Eu lembro bem da primeira primeira astrofoto de Saturno. Hoje acho muito engraçado. A gente chama de primeira astrofoto. Mas na verdade até conseguir uma foto aceitável, devo ter tirado quase 300 fotos nequele dia, simplesmente segurando a câmera com a mão na ocular. Era um telescópio de 90mm e uma câmera Polaroid de 1,3mpx.

Hoje, olhando essa foto, que ja mostrei aqui no blog, imagino que foi um resultado muito bom para um primeiro dia de Astrofotografia, mas foi muita sorte, as outras 295 fotos que tirei eram apenas borrões, só cinco das trezentas foram aceitáveis e essa de baixo foi a melhor. Lembro que quando eu tirava as fotos tudo o que eu via no LCD era um pontinho branco que ocilava em seu brilho


Astrofotografia é como pescar, exige técnica, conhecimento, um pouco de sorte, mas principalmente muita paciência, só que aqui você pesca a luz vinda do universo ao invés de peixes.