quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Reprocessamentos de imagem do EBA - NGC6334 - Nebulosa pata de Gato - Close na Pata

A diferença entre a foto anterior ficou mais nos detalhes, mas gostei do resultado. Clique para ver em tamanho maior. Ficou muito bom

De vez em quando todo astrofotógrafo pega os frames de imagens que já processou, publicou, recebeu comentáriosm que quase ninguém se lembra e dá uma reprocessada.

Passado um mês do EBA, eu me lembrei que não estava tão satisfeito com o resultado da minha foto da nebulosa Pata de Gato. Admito que ela ficou meio fora de foco. Como disse no post sobre o assunto, durante o EBA descobri que atenção ao foco nunca é demais.

Eu estava revisando os light frames que geraram a imagem da nebulosa e notei que havia alguns tremidos e outros com ligeiros rastros. Comecei a pensar que talvez se eu tivesse selecionado com mais atenção os frames, teria conseguido uma imagem melhor. Uma das coisas que me incomodou naquela imagem foi que achei as estrelas um pouco grandes. Então parti do princípio de que às vezes menos é mais e deletei todos os frames com imagens de NGC 6334 que contivessem qualquer inperfeição. Restaram dez frames, que empilhados no DSS geraram uma imagem muito boa embora com um pouco mais de ruído. Problema que foi resolvido com o programa Bibble 5 e sua ferramente "noise ninja".

Eu gosto do resultado, embora esteja claro que está fora de foco. Eu também quis der mais destaque da foto a parte da nebulosa onde está propriamente a pata do gato.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Primeira foto usando o Coronado Calcium-K PST

Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.


Vou falar sobre o Coronado Calcium-K PST que um amigo do CASB me emprestou esse fim de semana. O uso deste telescópio, embora por pouco tempo, foi bem interessante. Aprendi muito sobre ele e arrisquei algumas fotos também.

Para observação pela ocular, minha experiência com o Coronado Cak foi fail. Com os olhos adaptados aos escuro e com a cabeça sobre o cobertor eu consegui ver o Sol até brilhante no telescópio, mas tenho que admitir que não consegui ver nenhum detalhe. O maior problema é que eu não demorava a me sentir sufocado debaixo do cobertor. Talvez eu tenha um problema de caustrofobia, mas também pode ter sido um pouco de impaciência da minha parte, já que o Sol não dura muito tempo visível da janela do meu apartamento e é difícil controlar tudo debaixo do escuro e do calor insuportável do cobertor.

Já em termos de fotografia eu gostei muito dos resultados do CAK. A imagem do Coronado Calcium-K é comumente violeta, mas na minha Neximage ela ficou azul, embora com boa captação de detalhes. Só achei uma pena que nem a Barlow 2x da Orion e nem o redutor focal para a Neximage da Celestron foram utilizáveis neste telescópio. A Barlow não encontrou luz suficiente para uma boa foto e o redutor focal não encontrou foco. No fim vi que com o Calcium-K as sessões são mais curtas do que com o PST normal e rendem boas imagens, mas pelo menos comigo ele foi menos versátil, principalmente pela ausência de Tunning, recurso presente no PST normal, com filtro H-Alpha..

Achei o Cak um telescópio muito mais fácil de fotografar do que o próprio Coronado normal. Até a ausência de tunning facilitou as coisas. Como a imagem do Cak é muito escura, a configuração da Neximage é basicamente deixar o sensor na velocidade mínima e o resto tudo no máximo, já com o PST normal é comum eu ter muita dificuldade para acertar o ajuste certo.

O Calcium-K não é recomendado como primeiro telescópio Solar, ele é mais adequado para quem já tem um H-Alpha e quer uma imagem diferente. O Calcium-k mostra detalhes que o Coronado não mostra. Parece que ele mostra imagens mais internas no Sol, mas esqueça os flares solares que o H-Alpha mostra, com o Calcium-K eu não teria nunca fotografo o Mamute no sol, Rssss!!

sábado, 27 de agosto de 2011

Um mamute caminhando tranquilamente pelo Sol

Hoje, enquanto fotografava o sol com meu Coronado PST, não pude deixar de notar uma imagem interessante. Havia algo diferente no Sol. Um mamute simplesmente caminhava tranquilamente sobre a nossa estrela.

Atenção - Foto tirada com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.


É interessante lembrar qual é o tamanho desse mamute. Ele deve ter uma altura 5 vezes maior do que o diâmetro da Terra, no mínimo. A foto foi tirada com a Neximage e com o telescópio sobre uma CG5.

Coronado Calcium-K

Os dois Coronados montados sobre a CG5

Esse fim de semana está sendo bem interessante para mim, pois um amigo do CASB me emprestou um Coronado Calcium-K PST, ou Coronado Cak, como é chamado. Eu já tenho um Coronado PST, mas antes deste amigo me apresentar o Coronado Cak, eu não sabia da existência dele. Trata-se de um aparelho que filtra a imagem num cumprimento de onda diferente, capaz, segundo o fabricante, de mostrar camadas mais internas do Sol.

Na verdade o amigo do CASB me chamou para ver o Coronado Cak por que ele não estava conseguindo ver nada com o aparelho. Ele pediu para que eu desse a minha opinião e ao usar o telescópio também não consegui ver nada pela ocular. Cheguei a achar que ele tinha dado o azar de comprar um equipamento estragado, mas ao pesquisar na internet descobri que o Coronado Cak tem algumas peculiaridades e é um instrumento mais complicado de usar do que o Coronado PST básico. 

Enquanto posso usar o Coronado PST até debaixo do Sol do meio dia e ver sem dificuldades ou necessidade de adaptação a imagem do Sol, no Coronado Cak é preciso todo um preparo para conseguir ver a sua imagem, pois a luz que ele permite passar é a violeta e nossos olhos são muito poucos sensíveis a ela. Por isso, antes de colocar o olho na ocular, você deve passar vários minutos debaixo de um cobertor escuro até que seus olhos se adaptem a escuridão e na hora de observar com o Coronado Cak você deve manter a ocular e a cabeça debaixo do cobertor, deixando somente a objetiva do telescópio de fora. Assim, sem deixar entrar luz debaixo do cobertor, você conseguirá ver a imagem do Sol.

Esse fim de semana vou dar uma boa olhada nesse telescópio e tirar umas fotos com ele. Daqui a um ou dois dias começo a postar as fotos e dizer minha opinião. 

Um grande abaraço a todos.

M20 - Nebulosa Trífida - Mais uma foto tirada durante a visita a pousada Citates


Deixo aqui mais uma foto que tirei na pousada Citates. É a minha melhor foto de Nebulosa Trífida até hoje. Mas podia ter ficado muito melhor se eu tivesse fotografado do chão, ao invés de ficar no terraço da pousada. Até parece que a foto está um pouco fora de foco, mas não estava, eu fui cuidadoso com isso. O problema mesmo foi a trepidação. Eu devo ter tirado uns 15 frames de 3 minutos de exposição, o que com certeza forneceria um excelente resultado final, mas infelizmente só pude aproveitar 5 frames.

Na verdade a situação foi ainda pior que isso. Para minha decepção, quando fui verificar as fotos no desktop, descobri que somente um único frame havia ficado perfeito, sem trepidação alguma. Mas empilhar somente um frame não dá né? Então acabei pegando os quatro menos piores e mandei empilhar no Deep Sky Stacker junto com este frame perfeito. Eu estava até temendo que o programa não conseguisse integrar os frames, mas ele conseguiu. O preço que paguei foi que as estrelas cresceram, e por isso até dá a impressão que a foto estava fora de foco.

Lembrando que nesta foto eu usei autoguiagem, sem o qual seria impossível conseguir 3 minutos de exposição, ainda mais que o alinhamento não estava como no EBA. Acho que se eu tivesse optado por 90 segundos de exposição em ISO 3200, como na foto de M6, teria conseguido mais frames aproveitáveis.

Abaixo, deixei o detalhe de dois dos frames usados para conseguir esta imagem de Trífida. Eles mostram bem como a trepidação afetou no resultado final.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aglomerado da Borboleta - M6 - Foto de céu profundo tirada na pousada Citates


Quando estive na pousada Citates, no último fim de semana, consegui tirar três fotos de céu profundo antes que a Lua aparecesse. Como disse no post anterior, enfrentei problemas devido a trepidação do terraço onde estava. Além disso, o céu, apesar de muito bom, não era comparável ao da pousada dos Anões e o telescópio não estava tão bem alinhado como no EBA.

Defino as fotos que tirei na pousada Citates como razoáveis. Delas é claro que a melhor acabou sendo a de um aglomerado aberto, objeto bem mais simples de fotografar do que nebulosas ou galáxias. É uma foto simples, mas bonita, com as cores das estrelas razoavelmente bem destacadas, principalmente a maior, que se destaca pela cor amarela.

O aglomerado aberto em questão foi M6, ou aglomerado da borboleta. Consegui heroicamente (ou porcamente!) aproveitar 5 frames de 90 segundos que geraram a foto que você vê acima.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Visita a Pousada Citates com dois amigos do CASB

Prédio principal da Pousada Citates
O pessoal do CASB costuma fazer seu eventos numa pousada próximo de Alto Paraíso - Goias, chamada Pousada dos Anões ou Fazenda Brancas. O lugar possui um céu maravilhoso, o melhor que já vi até hoje, mas realmente a estrutura da pousada deixa a desejar. Até os banheiros do precário restaurante estão fechados e ninguém na pousada parece se preocupar com isso. A pintura de vários quartos está desabando e a janta costuma ser café com pão e alguns Caldos, o que não é adequado para quem pretende ficar acordado até as seis da manhã. O pior é que os preços da pousada são os mesmos de lugares com infra-estrutura muito melhor.

É uma pena! Por que se alguém fizesse um investimento na pousada dos Anões, aquele lugar se tornaria um dos melhores lugares do Brasil, mesmo para quem não é interessado em Astronomia.

Então de vez em quando o pessoal do CASB explora a Chapada dos Veadeiros em busca de um lugar alternativo à pousada dos Anões. Mesmo que seja um lugar para a gente ir de vez em quando e deixar eventos que exigem um céu super escuro, como o EBA, para a pousada de Anões.

Esse fim de semana, atendendo o convite de pessoas do próprio local, eu e dois amigos do CASB, incluindo o Sandro Rosa, presidente do CASB, fomos visitar a Pousada Citates. Ali a gente viu como é um pousada realmente boa, com excelente infraestrutura e ótimos e novíssimos quartos. O dono do lugar está muito interessado em incentivar práticas que envolvam ciência e gostaria muito de ter o nome da pousada ligado a CASB. 

Nós passamos a noite no terraço do prédio principal da pousada. Lá é um lugar maravilhoso para astronomia observacional. O céu não é como o da Pousada dos Anões, é claro, mas é muito bom. No mesmo nível que eu tenho quando vou na Chácara dos meus pais. Mas tenho que dizer que a diferença entre a Pousada dos Anões aparece na hora de tentar fotografar objetos mais escuros.

Além disso, eu não demorei para comprovar algo que eu já tinha visto na chácara dos meus pais, que ficar muito acima do solo é péssimo para astrofotografia. O terraço é ótimo para observações, mas a trepidação do piso aparece nas fotos. Na chácara eu também tinha feito observações sobre uma laje. O horizonte fica espetacular e a vista fica maravilhosa, mas quando se aplica um zoom nas fotos, o tremor das estrelas fica evidente.

A verdade é que eu adorei a Pousada Citates. Fomos super bem tratados, a comida estava deliciosa e o lugar estava lindo e os preços são quase os mesmos da Pousa dos Anões. Eu pretendo voltar para lá algumas vezes se outros amigos do CASB decidirem ir. Mas o céu não substitui o da pousada dos Anões. Infelizmente a poluição luminosa de Brasília exige que o local de observações seja a pelo menos 200km da capital federal. Além disso, da próxima vez vou caçar um lugar na superfície.

Manter o telescópio no chão é uma dica que dou para quem está pensando em fazer um observatório em cima de casa ou sobre alguma outra construção: Se você está pensando em Astrofotografia, o chão é sempre o melhor lugar. Ouvi até dizer que um dos membros mais experientes do CASB fez um observatório de dois andares para ter um vista melhor. Fez um pilar muito robusto vindo do chão e colocou o telescópio sobre ele, do jeito que tem de ser, mas falou que mal pode respirar quando está fotografando, senão as fotos ficarão tremidas.

Eu, durante o por do Sol, foto tirada por Boris Petrovic, um sérvio que estava na pousada. O horizonte é maravilhoso, mas a trepidação atrapalhou as fotos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Minha primeira foto de Júpiter com o Orion Premium ED


Eu ainda não tinha tirado uma foto de Júpiter com o meu setup novo. O grande problema é que o planeta ficou muito tempo atrás do Sol e nós últimos meses tem aparecido muito tarde, sendo que na janela do meu apartamento, virada para o leste, é ainda impossível vê-lo antes do amanhecer (talvez até seja possível, mas eu nunca fiquei acordado até tão tarde, rsss). Além disso, quando eu tive a oportunidade de vê-lo durante o Enoc  e o EBA, estava tão concentrado com objetos de céu profundo que não dei chance para o gigante gasoso.

Mas esse fim de semana, na pousada Citates, perto de Formosa, a Lua apareceu cedo e matou qualquer chance de uma boa foto de alguma nebulosa ou galáxia. Então o negócio foi tentar minha primeira foto de Júpiter com o Orion premium ED de 102mm. Para isso usei a Neximage, acoplada a duas Barlows para aumentar em 4 vezes a distância focal do telescópio.

Infelizmente na horário em que eu fotografava o planeta, ele ainda estava muito baixo no horizonte e por isso a imagem foi prejudicada. Reparem que ela ficou esverdeada embaixo e em cima. O Sandro Rosa, astrofotógrafo mais experiente que estava comigo, disse que se Júpiter estivesse mais próximo do Zenite, isso não aconteceria.

Realmente o seeing não estava bom sendo daqueles momentos em que parece que você estava vendo o planeta debaixo da água, então para as condições enfrentadas, a foto ficou razoável. Imagino que ainda poderei conseguir imagens muito melhores de  Júpiter e isso me deixa feliz!

domingo, 21 de agosto de 2011

O Sol com o Coronado PST Hoje (21/08/2011)

Hoje eu estava na pousada Citates, nas redondezas de Brasília, próximo de Formosa. Eu e dois amigos do CASB fomos nessa pousada para conhecer e passamos a noite lá. Nomalmente eu dormiria as sete da manhã, mas como a Lua apareceu cedo eu acabei me  retirando mais antes do habitual.




Fotos simples do Sol tiradas hoje, sem muito processamento

A vantagem de se dormir mais cedo é que também acordei mais cedo e pude tentar umas fotos do Sol com o Coronado PST sobre o terraço da pousada. O problema é que nessas horas a gente vê como é mais confortável usar o Coronado na janela do apartamento, já que eu posso deixar o telescópio debaixo do Sol enquanto fico confortavelmente na sombra, na minha mesa. Numa área aberta eu tenho que tomar cuidado para não ficar mais tempo sob o Sol do que seria saudável. Além disso, é praticamente impossível ver a tela do netbook sob um Sol das dez da manhã e ainda em cima de um piso branco.

A solução foi me esconder debaixo do edredom para conseguir enxergar a tela do computador e proteger a minha pele não muito amiga do Sol.


Eu, fotografando com o Coronado PST (sobre o telescópio principal). O que a gente não faz por uma boa foto!

sábado, 20 de agosto de 2011

Foto do Sol com o Coronado PST atrasada de 07 de agosto.

Semana retrasada eu fiz umas filmagens do Sol, com o meu Coronado PST sobre a CG5 e utilizando uma Camera Neximage. Demorei um tempão para publicar por que não tinha me entendido com o Registax 6 ainda, mas hoje consegui tirar uma imagem melhor dele e resolvi publicar aqui.

É claro que minha concentração no processamento das fotos do quarto EBA também colaboraram com o atraso.

Meu foco era na complexa mancha que aparece na foto. Não é minha melhor foto do Sol, mas achei que merecia ser publicada.

Aviso: Nunca olhe para o Sol com um telescópio ou binóculo sem um filtro adequado para isto. Pode provocar ferimentos (ou mesmo cegueira) irreversíveis


Semana que vem é que vai ser muito legal. Um amigo do CASB vai me emprestar um outro Coronado, um  Calcium-K, que produz uma imagem numa banda diferente mostrando o Sol de uma forma bastante interessante. Eu vou passar o fim de semana com os dois telescópios e tirar fotos do Sol com os dois. Acho que vai ser interessante. Não deixem de acompanhar.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Coisas que aprendi no 4ºEBA: O Foco deve ser revisto a cada uma hora

Antes do EBA eu tinha uma visão errada sobre a manutenção do foco numa noite de astrofotografia. Achava que eu devia acertar o foco no início da seção de fotos, e uma vez encontrado o foco perfeito, apertar o botão que trava o focalizador e não mexer mais nisso o resto da noite.

Descobri durante o EBA que isto é um terrível engano. O foco deve ser ajustado sempre que você vai fotografar um novo objeto, ou mesmo deve ser ajustado a cada uma hora, caso o número de frames seja elevado.
Existem muitos fatores que podem desajustar o foco durante a sesão de fotos, são eles: a movimentação do telescópio, a umidade, a dilatação dos componentes e mesmo a gravidade, que fazem com que, aos poucos, a câmera vá escorregando para baixo e se afastando milimetricamente do ponto focal. Na verdade menos do que um milímetro já é o suficiente para que a imagem perca o foco.

Muitas vezes não somos capazes de perceber a variação do foco durante a captação das imagens. Para isso, eu uso uma máscara de hartmann. Que é nada mais do que uma tampa com três furos ou mais, colocada em frente à objetiva do telescópio. A máscara de hatmann entrega na hora se a imagem está ficando desfocada.

A Mascará de Hartmann

Muitos astrônomos mais experientes preferem a máscara de Bartinov. Eu pessoalmente estou gostando muito da Máscara de Hartmann. Ela é tanto mais simples de fazer, quanto de usar. Basta pegar uma cartolina, fazer três furos e colocar em frente à objetiva. Isso faz com que a imagem de uma estrela triplique quando chega na ocular, ou no sensor da câmera. Basta então você ajustar o foco até que as três imagens virem uma só. Quando não for possível ver sinais de multiplicação da imagem, significa que o foco está perfeito.


Exemplos de Máscaras de Hartmann e a imagem formada por elas quando a imagem está fora de foco (acima) e com o foco perfeito (abaixo). (Fonte:Iceinspace.com)

Exemplo de máscara de Hartmann extremamente simples, mas funcional.

Telescópio com máscara de Hatmann

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Coisas que aprendi no 4ºEBA: Criando uma falsa estrela polar para o hemisfério sul

O céu do hesmifério sul é melhor do que o do hemisfério norte, isso ninguém pode negar. Com as nuvens de magalhães, o aglomerado Omêga Centauro e Galáxias como Centauro A, M83 e NGC 4945 brilhando sobre nossas cabeças, nós do Sul temos um show particular, que nossos colegas mais ricos do Norte não podem ter perto de suas casas.

Mas como faz falta a tal de estrela polar, não é? Basta apontar o telescópio polar para ela e pronto, você está com ele alinhado. Nada de ficar duas horas mexendo a montagem pra lá e prá cá até as estrelas ficarem redondas por pelo míseros 30 segundos (Tá bom! atualmente eu levo 20 ou 30 minutos, mas no começo eram duas horas, ou mais).

O Maciel, do CASB, fez um registro da falsa estrela polar.

Mas durante o EBA eu descobri um método que me permitiu fotos de até 90 segundos para objetos localizados no zoodiaco e de até incríveis 3 minutos para a pequena núvem de magalhães, por exemplo, sem a necessidade de se usar autoguiagem e de se gastar disparos da sua máquina para ajustar (eu costumo ir tirando fotos até encontrar um bom alinhamento). Esse método, executado pelos astrofotógrafos mais experientes que lá estavam, consistia em criar uma falsa estrela polar com um daqueles lasers verdes.

O processo consiste em identificar o polo celestial sul,  através de algumas estrelas conhecidas, algo que eles faziam com binóculos, apontar o laser para aquele ponto e deixar fixo, com um pequeno tripé. Assim, todos que apontassem os telescópios solares de suas montagem para a estremidade final do laser, encontrariam um excelente alinhamento.

Telescópio polar da CG5. Ele é vendido separado. Na minha opinião, tinha que vir junto com a montagem.
Eu não tinha um telescópio polar (isso entrou para minha lista de desejos), mas um amigo do CASB tinha. Ele emprestou para um e este depois passou para mim. Devo dizer que no começo eu fiquei meio cético, mas depois fiquei impressionado com o resultado. Coloquei o pequeno telescópio na montagem e olhei por ele, ajustei a latitude e a longitude para que o final do laser ficasse bem no centro. E voalá! Tive um telescópio alinhado de uma forma que eu não tinha visto ainda.

Eu quero aprender a dominar esta técnica. Mas para isso preciso adquirir um telescópio polar, que é muito difícil de achar no Brasil, e também um laser e um tripé firme para manter o laser apontado para a estrela. Quando eu tentar fazer a minha falsa estrela polar, eu conto como foi.

Abraços a todos



Eu, simulando estar observando pelo telescópio polar.
 

domingo, 14 de agosto de 2011

4º EBA - Último Dia - Última Foto - M16 - Nebulosa da Águia

E com essa foto eu terminei o Quarto EBA

clique na Imagem para ver em tamanho grande
A foto acima é em minha opinião a foto que mais gostei até hoje. Alinhamento e foco estão perfeitos. Foram uma hora e doze minutos de exposição em 24 frames. Eu já tinha aprendido muitas lições no EBA e pude aplicar nessa foto. É disparada a minha melhor foto da Nebulosa da Águia até hoje.

Eu sempre quis fazer astrofotografia, em sempre sonhei com astronomia. Sempre sonhei com um telescópio, desde que me conheço por gente. Com dez anos eu já pedia para meus pais para me dar um telescópio. Olhar para está foto, da nebulosa de Águia, me emociona. Á claro que existem inúmeras fotos melhores do que está, até com equipamento semelhante. Mas essa foi minha. 99 por cento das pessoas neste país nem sabe que este nebulosa existe, e poucos que sabem puderam ter a alegria de fotografá-la.

Lá estão eles, os pilares da criação, muito nítidos, e com as estrelas pequinininhas, em volta. Lá está, a direita, aquele balãozinho escuro, parecendo estar flutuando, perdido no Universo.

Eu fiquei até duas da manhã fotografando a Nebulosa de Águia. quando acabei fiz questão de me despedir de todos os participantes do evento que ainda estavam por lá, um de cada vez. Depois arrumei minhas coisas e fui para casa. No dia seguinte, no calor e conforto de minha cama, em Brasília, senti uma enorme inveja daqueles que eu sabia, ainda estavam na pousada, no meio do escuro, curtindo esse universo maravilhoso a qual pertencemos.

Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT. Para a autoguiagem foi utilizado o telescópio Celestron Travelscope 70mm, uma câmera Celestron Neximage não modificada ligada ao telescópio via PC através de um capo GPUSB da Shoestring.

Um muito abrigado a todos que acompanham este blog! 

sábado, 13 de agosto de 2011

4º EBA - Último Dia - Primeira Foto - M27


O último dia do EBA foi o mais curto para mim. Eu tinha que trabalhar no dia seguinte e por isso não podia ficar acordado até amanhecer, como fiz nos outros dias, o que foi uma pena. Para piorar a situação eu gastei boa parte da noite tentando tirar fotos de DSOs com a Barlow até ter consciência do quanto isso ia ser difícil. Alguns poucos frames bons que restaram mostram que isso pode valer muito a pena, mas vai exigir mais esforço do que eu imaginava, exigindo exposições quatro vezes maior do que sem o uso da barlow. Fica para a próxima.

Depois de gastar todo o período antes da janta e mais uma hora, resolvi desistir da barlow e tirar fotos sem ela. Como estava com o telescópio já apontado para a Nebulosa de Haltere - M27, resolvi tirar alguns frames dela sem a barlow, o que me rendeu cinco frames bons.

A foto acabou apresentando uma boa evolução em relação as fotos anteriores que tirei desta nebulosa, mas não é das mais interessantes que tirei durante o EBA. Eu ainda quero tentar fotografar M27 com a Barlow. Será uma questão de paciência, algo que sinto que às vezes me faltou durante o evento, principalmente quando o tempo ia passando e eu ficava com a sensação de que a noite não estava produtiva. São lições como essa que eu trago do EBA.

A comparação com a foto que tirei uma semana antes, para os ensaios do EBA, mostra uma razoável melhora. Destaque para o foco!
Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT. Para a autoguiagem foi utilizado o telescópio Celestron Travelscope 70mm, uma câmera Celestron Neximage não modificada ligada ao telescópio via PC através de um capo GPUSB da Shoestring.

Antes de dormir eu tirei somente mais uma foto. Felizmente considero a minha preferida até hoje. Deixo isso para o próximo post!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

4º EBA - Terceiro Dia - Última Foto - Falso Cometa - IC4628


A foto acima, da Nebulosa Falso Cometa, ou IC4628, na verdade não foi a última foto do terceiro dia do EBA. A última foi minha tentativa de fotografar a Nebulosa Cabeça de Cavalo, mas como eu juntei os frames dessa última nebulosa com outros tirei no dia anterior, resolvi transferir Cabeça de Cavalo para aquele dia e coloquei Falso Cometa oficialmente como a última foto do terceiro dia do EBA.

Eu tenho que confessar que nem sabia da existência desse objeto antes do EBA, mas perambulando pelas mesas dos astrofotógrafos mais experientes, notei que um deles estava fotografando uma área próxima a NGC6231, que eu já fotografei, mas que estava enquadrando uma mancha vermelha que eu nunca tinha visto. Ele me falou que se tratava da Nebulosa Falso Cometa. Eu achei muito legal e decidi que também iria fotografá-la.

Consegui oito frames de 3 minutos. Talvez eu tentasse mais se não tivesse parado para tentar cabeça de cavalo, mas o resultado, se não foi perfeito, foi no mínimo satisfatório. Eu ainda quero voltar para essa região, com mais tempo de exposição e mais frames, para tentar uma foto realmente legal.

Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT. Para a autoguiagem foi utilizado o telescópio Celestron Travelscope 70mm, uma câmera Celestron Neximage não modificada ligada ao telescópio via PC através de um capo GPUSB da Shoestring.


Assim terminou o terceiro dia do Quarto EBA.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

4º EBA - Terceiro Dia - Terceira Foto - NGC 6334 - Nebulosa Pata do Gato


Terceiro dia do Quarto Encontro Brasileiro de Astrofotografia. Depois de ter voltado da janta e visto os bons resultados com a galáxia NGC 4945, resolvi procurar por algo mais desafiador. Dei uma passada em alguns objetos, examinando a minha lista de objetos que planejava fotografar no EBA e lembrei da Nebulosa Pata do Gato. Percebo que seria um alvo interessante, já que estava muito perto da cauda do escorpião, o que me ajudaria a encontrar uma boa estrela para o meu improvisado sistema de autoguiagem, através de uma Neximage não modificada.

Já vi algumas pessoas comentarem que Pata do Gato não é um alvo muito bom para DSLRs não-modificadas, como a minha, mas os primeiros frames, com cinco minutos de exposição em ISO 1600, me deixam bastante satisfeitos. A autoguiagem também estava funcionando perfeitamente. Resolvi que era hora de tentar essa nebulosa.

Fiquei quase três horas acompanhando atentamente meu equipamento, passando o secador de cabelo praticamente a cada três fotos para não deixar a luneta de alto guiagem embaçar. Com esse esforço, consegui 21 bons frames, fazendo da minha foto de Pata do Gato o meu recorde em tempo de exposição: Uma hora e quarenta e cinco minutos. O resultado vocês podem conferir acima. Uma foto bem elegante, apesar de ainda acho que algumas coisas podem ser melhoradas.


Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT. Para a autoguiagem foi utilizado o telescópio Celestron Travelscope 70mm, uma câmera Celestron Neximage não modificada ligada ao telescópio via PC através de um capo GPUSB da Shoestring.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

4º EBA - Terceiro Dia - Segunda Foto - NGC 4945 e NGC4976

Clique na Imagem para ver em tamanho grande
O esquema do EBA é o seguinte. O pessoal começa a chegar no campo de observação lá pelas cinco da tarde, para preparar os equipamentos antes que escureça. Alguns tiram flat frames, aproveitando a luz crepuscular, outros testam seu equipamento com as primeiras estrelas que aparecem. Entre seis e oito horas, ouve-se muita conversa e alguns astrônomos xingando seus telescópios ou outros equipamentos que se recusam a funcionar direito. 

Eu no terceiro dia de EBA, já havia perdido minha única lanterna, que parou de funcionar após cair de cima da mesa, e a peça que conectava minha luneta ao telescópio, colada com superbonder, havia soltado. Felizmente alguém me arranjou uma lanterna nova e a Luneta de guiagem, funcionou até melhor sem a tal peça.

Lá pelas oito horas, a maioria dos astrônomos já conseguiu botar seu equipamento para funcionar. Foco, alinhamento, guiagem, tudo está ok! Mas é hora de parar para jantar. É meio frustrante quando finalmente está tudo pronto, ter que parar para comer. 

Mas nem tudo está perdido. Se tudo estiver em conformidade, você pode deixar o telescópio ligado e a câmera tirando fotos enquanto você está jantando. É um intervalo que vai durar cerca de uma hora ou mais. Por isso, se tudo funcionar como esperado, quando você voltar da refeição, além de alimentado, terá a alegria de ver inúmeros frames prontinhos em seu computador, sem aquela espera angustiante que antecede cada nova imagem.

E foi o que aconteceu no terceiro dia do EBA. Após tirar alguns frames de Eta Carinae, que já estava muito baixa, resolvi mudar meu telescópio para a Galáxia NGC 4945. Um mostro não parecer não ser muito fotografado, mas que é com certeza um dos objetos mais bonitos do firmamento.

Como a Galáxia estava bem ao sul, eu sabia que com o alinhamento polar que tinha, podia fotografá-la sem autoguiagem. Então deixei a câmera programada para tirar fotos de 2 minutos com ISO 1600 e tranquilamente fui jantar. Quando voltei, haviam sido disparados 33 frames da galáxia. Um número excelente. Eu consegui aproveitar 25 deles, conseguindo 50 minutos de exposição total. Um de minhas melhores marcas.

Após empilhar os frames no DSS e processar no IRIS, Photo Shop, Windows live Galery e Bibble 5, cheguei à foto vista acima, que talvez seja a minha melhor foto do EBA. No mínimo coloco ela no top 3, junto com outras duas que ainda serão publicadas neste blog. Para minha surpresa, uma outra galáxia, que descobri se tratar de NGC 4976, resolveu "fazer pose para a câmera" também.

Detalhe mostrando apenas NGC4945

Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT.

4º EBA - Terceiro Dia - Primeira Foto - NGC 3372 - Eta Carinae

Clique na imagem para ver em tamanho grande

Finalmente chegamos ao terceiro dia do Quarto EBA. Onde em minha opinião eu tirei as minhas melhores fotos durante o evento. Eu ja estava me entendendo bem com o programa de autoguiagem, e já estava tomando cuidado com o embaçamento da luneta de guiagem. Sem contar que o alinhamento do telescópio estava excelente.

Logo no começo da noite, eu quis tirar umas fotos da nebulosa Eta Carina, que já estava bem baixa no céu e não ficaria mais do que uma hora em boas condições para ser fotografada. Apontei o telescópio para lá e comecei a tirar frames de 90 segundos. em ISO 1600. Eu poderia até tentar mais tempo de exposição, mesmo sem autoguiagem, mas achei que seria perigoso, pois isso talvez estourasse a área da chámada Nebulosa de Homúnculo (minha parte preferida da nebulosa Eta Carina).
Pode se dizer que tirei essas fotos para brincar mesmo. Eu ja até havia fotografado Eta Carinae outras vezes e a nebulosa não era um dos meus alvos durante o EBA. Mas fiquei muito feliz com o resultado da brincadeira. Clicando na foto e vendo ela em tamanho maior, é possível ver um monte de detalhes que não apareceram em minhas fotos anteriores.

Uma vantagem quando a foto é bem tirada, é que ela não precisa de muito processamento. Ao contrário da foto da Nebulosa Cabeça de Cavalo e de NGC 7000. Não precisei fazer muita coisa para deixar essa foto do jeito que eu gosto (lembrando que não sou muito fã de fotos super-processadas).

Já era hora da janta, então virei o telescópio para uma galáxia próxima. NGC 4945. Resolvi deixar a câmera ligada, tirando frames, enquanto eu jantava tranquilamente. O resultado dessa eu mostro amanhã.


Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT.

Fernando Pinheiro - Um dos melhores astrofotógrafos Brasileiros esteve no Quarto EBA

Durante o Quarto Encontro Brasileiro de Astrofotografia, conheci o Fernando Pinheiro. Infelizmente ele estava longe de mim e não tivemos muito contato, mas pude notar o respeito que todos os outros astrofotógrafos tinham por ele, só comparável ao respeito que demonstravam pelo José Carlos Diniz.

O Fernando inclusive deu uma palestra sobre processamento de imagens durante o evento. Infelizmente eu estava dormindo durante a palestra (o que é perdoável quando se vai dormir às seis e meia da manhã). Mas depois de voltar para Brasília e ver do que este astrofotógrafo é capaz, me deu arrependimento de não ter feito um esforço para acordar. Vejam a foto de Andrômeda que ele tirou durante o evento. É uma das melhores que já vi até hoje. Isso que ele não estava com seu telescópio principal


A Fantástica imagem de andrômeda tirada pelo "Nando Pinheiro"

Conforme o próprio deixou registado no site da APAA a imagem foi obtida com um TMB92 f/5.5 em uma E-6 guiada por um CCD Lodestar e um OAG da Astrodon. O CCD foi um OSC ST8300C, a apartir de 13 subs de 10 minutos com flats, bias e darks aplicados.

É uma foto memorável que com certeza marcará esse Quarto EBA. O Fernando Pinheiro é certamente um dos melhores astrofotógrafos do Brasil, e um dos poucos que posso dizer que é de nível internacional.

Ele enfrenta um problema chato da coluna, e eu torço demais para que ele supere isso e continue nos proporcionando imagens maravilhosas.

Não deixe de visitar a página dele e ver do que ele é capaz. Vamos torcer para que ele não demore a colocar mais imagens do Quarto EBA por lá!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

4º EBA - Segundo dia - Última foto - Nebulosa Cabeça de Cavalo


Finalmente chegamos ao final do segundo dos quatro dias de EBA. E eu mostro a vocês a foto que defino como sendo "A mais atrapalhada do Evento". Eu sofri muito para fotografar a Nebulosa Cabeça de Cavalo, principalmente por que ela estava aparecendo muito tarde. Então, ou estava muito baixa para uma boa imagem, ou já estava sendo contaminada pela luz do Sol, quando encontrava-se numa altitude razoável.

Mesmo assim, eu impliquei que conseguiria uma boa imagem dessa nebulosa. Devido ao pouco tempo para fotografá-la, no primeiro dia arrisquei fotos de 3 minutos em ISO 3200, mas comecei tarde demais e depois do quinto frame a imagem começou a perder muito contraste devido a luz solar. No segundo dia tentei frames de 5 minutos, em ISO 1600. Para isso, comecei mais cedo, mas depois de cinco fotos, resolvi fazer uma verificação com a máscara de Hartmann e descobri, para minha tristeza, que a câmera estava fora do foco.

Tentei mais algumas fotos, mas aí, no desespero, só fiz bobagens. Esqueci de colocar em RAW, de colocar no tamamanho certo e quando vi, o céu já estava clareando novamente, comigo tirando apenas dois frames bons.

Mesmo assim, chegando aqui, resolvi juntar todos os frames, dos dois dias, 4 frames de 3minutos em ISO 3200 e 10 frames de 5 minutos em ISO 1600(algumas já contaminadas pela luz solar). O resultado desse balaio de gato foi a foto aciam. Fiquei surpreso que o Deep Sky Staker tenha conseguido identificar fotos com enquadramentos completamentes diferentes.

Eu espero fotografar essa nebulosa mais para o final do ano, com muito mais tempo de exposição e esmero e quem sabe obter uma foto bem melhor deste objeto.

Um zoom na cabeça do cavalo propriamente dita.

Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT. Para a autoguiagem foi utilizado o telescópio Celestron Travelscope 70mm, uma câmera Celestron Neximage não modificada ligada ao telescópio via PC através de um capo GPUSB da Shoestring.

Vídeo do Tunning do Coronado PST

Eu nunca cheguei a fazer um review do Coronado PST aqui no blog. Primeiro por que não é bom fazer um review de um telescópio como o Coronado PST apenas por ter o tirado da caixa. A primeira observação com o aparelho, principalmente com a ocular que o acompanha, é meio decepcionante, mas a prática e o uso de oculares melhores, tornam o Coronado PST um aparelho emocionante, principalmente quando o Sol começa a se animar pra valer.

Para fotografia a diferença entre a decepção inicial, quando se tenta usar uma câmera qualquer, e a evolução que acompanha a experiência e o uso da câmera correta, é ainda mais acentuada. No final o Coronado PST revelá-se um telescópio difícil, mas extremamente divertido e potente para o seu tamanho.

Ontem resolvi fazer um vídeo que mostra o recurso mais interessante que o Coronado PST possui, o Tunning. É uma roda que envolve o tubo do telescópio e que, quando girada, provoca mudanças no contraste do aparelho, dando mais destaque as manchas, ou ao destaques em volta delas. No vídeo eu girei o tunning do início ao fim e gravei a mudança que ele provoca na imagem solar. O resultado são mudanlças muito interessantes.


Atenção - vídeo feito com telescópio solar com filtro H-alpha. 
Nunca aponte um telescópio ou câmera fotográfica para o Sol sem filtro específico para isso.

4º EBA - Segundo dia - Quarta Foto - NGC 253 - Galáxia de Escultor


Depois de ter fotografado a nebulosa planetária NGC 246, na preguiça daquela segunda noite de EBA, resolvi fotografar um vizinho conhecido.

A foto, de 90 segundos de exposição, foi tirada sem autoguiagem, apenas com o alinhamento polar feito com a falsa estrela polar. Essa foto mostra como esse alinhamento foi eficiente, pois as estrelas ficaram redondinhas. Eu quis tirar essa foto sem autoguiagem justamente para descansar um pouco e não me preocupar tanto com a luneta de autoguiagem, que devido ao parasol muito pequeno, embaçava o tempo todo.

O resultado final, mesmo com ISO 3200, foi uma foto elegante, ajudada, é claro, pelos 23 frames aproveitáveis, que totalizaram mais de meia hora de exposição.

domingo, 7 de agosto de 2011

4º EBA - Segundo dia - Terceira foto - NGC 246 e NGC 255



Na terceira foto que tirei no segundo dia de EBA, o alvo era NGC 246, uma interessante nebulosa planetária na constelação de Baleia, mas para minha surpresa, uma galáxia apareceu bem nítida na foto também, que descobri se tratar de NGC 255, uma galáxia em espiral de magnitude 11.8.

Para essa foto consegui aproveitar 5 frames de 4 minutos de duração. então é claro que aqui a autoguiagem teve que trabalhar, mesmo com o ótimo alinhamento polar conseguido através da falsa estrela polar feita com laser.

4º EBA - Segundo dia - Segunda foto - A Pequena Nuvens de Magalhães


Durante o segundo dia do EBA, eu prestei atenção numa coisa muito legal que os astrônomos mais experientes fazem no começo da noite. Eles identificam a posição do polo com um binóculo, para ver as estrelas pouco brilhantes que estão no local e apontam o laser para lá, com um tripé. sinalizando para todos a posição do polo sul celestial.

Depois disso, basta apontarmos o telescópio polar de nossas montagem para onde o laser aponta e termos um alinhamento fantástico em segundos, ao invés de passar meia hora tirando fotos, como eu costumo fazer. Eu não tinha um telescópio polar para minha montagem, mas felizmente havia um amigo que também  possuía uma CG-5 e que tinha esse telescópio, que é móvel e pode ser retirado da montagem. Assim eu consegui um alinhamento polar como nunca havia conseguido antes. Em média eu conseguia um minuto e meio de exposição sem que as estrelas corressem, isso para objetos no Zodíaco. Para aqueles próximos ao polo sul celestial, cheguei a conseguir até três minutos de exposição sem que as estrelas ficassem ovais, mesmo com a alto guiagem desligada. É o que você pode ver na foto que está neste post.

O alvo foi a Pequena Nuvem de Magalhães, uma das galáxias satélites da Via Láctea. Eu não conhecia muito bem esse objeto e como ele é muito grande para o campo de visão do meu telescópio, escolhi um pedaço que me pareceu mais interessante, com algumas nebulosas evidentes. Deixei o telescópio apontado para lá e consegui nove frames bons de 3 minutos que compõem a foto acima. Abaixo coloquei a mesma foto, mas, com a ajuda do Google Earth, apontei os objetos mais evidentes da foto.


sábado, 6 de agosto de 2011

4º EBA - Segundo Dia - Primeira Foto - Rho-Ophiuchi


O segundo dia do EBA foi com certeza o mais fraco que tive em relação ao que poderia ter conseguido. É claro que alguns vão pensar que eu estou sendo muito exigente com meu desempenho, mas eu realmente esperava mais do que consegui. O segundo dia do EBA foi para mim, o dia das fotos mais ou menos (o terceiro dia é disparado o melhor. Aguardem!!!)

A primeira foto da noite, de Rho-Ophiuchi, por pouco não foi para a lista de fails. Muita coisa está errada nessa foto. O Enquadramento podia ser melhor. O aumento é demais (esse objeto é melhor fotografado com uma lente de 135mm ou parecida), a câmera não é modificada, o que diminui o contraste. Tudo isso contribuiu para uma foto que não me deixou feliz, apesar de eu ter conseguido aproveitar razoáveis 12 frames de 3 minutos, totalizando mais de meia hora de exposição em ISO 1600.

Alguns astrônomos mais experientes que estavam no EBA comentaram que Rho-Ophiuchi é um objeto que realmente sai feio nas fotos e que exige muito processamento. Mas o José Carlos Diniz, que estava ao meu lado, conseguia tirar fotos maravilhosas num tiro só. Mas ele é outro nível né? Um dia eu chego lá!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Imagens astronômicas originais para treinar processamento

Atendendo a inúmeros pedidos estou disponibilizando para aqueles que não possuem equipamentos para astrofotografia, mas estão doidos para praticar processamento, os frames que geraram uma foto da Galáxia de Andrômeda muito elogiada em fóruns.

Acho essa foto perfeita para a prática de empilhamento e processamento por que é daquelas que fica completamente diferente depois de tratada, algo que não seria muito fácil numa foto de uma aglomerado aberto, por exemplo.

As fotos estão no 4shared.com, tanto em JPG como RAW.

Light Frames


Agora é só se divertir, em breve em disponibilizo mais algumas fotos para quem cansar de brincar com estas.

Frame original, conforme saído da máquina fotográfica

Imagem resultante após empilhamento de seis frames e tratamento em diversos programas



4º EBA - Primeiro Dia - Última foto - M31 - Galáxia de Andrômeda



Já era bem tarde e estava muito frio quando, no primeira dia de EBA, eu resolvi partir para a terceira e última foto da noite. TrÊs fotos é um número que, devido as condições enfrentadas naquela noite nublada, era até bem razoável.

Decidi ir para Andrômeda, galáxia que havia me rendido uma boa foto no 17º Enoc, um mês atrás, mas onde eu havia falhado no enquadramento da imagem, deixando um pedaço de fora.
O resultado vocês podem ver acima. Sinceramente, a sensação que dá é que a única coisa que consegui melhor visivelmente na foto foi mesmo o enquadramento. Eu tinha tirado um tanto bom de frames, mas para variar, a maioria ficou ruim. Ontem vi alguns astrônomos mais experientes comentarem que o seeing na chápada não estava bom e isto pode ter sido o culpado de eu perder tantos frames.

Só consegui aproveitar 5 frames de uns quinze que havia tirado (um a menos do que na foto anterior). Muitos estavam corridos, outros estavam tremidos. O tempo de exposição foi o mesmo de antes, três minutos em ISO 1600. Depois de alguns frames o programa de autoguiagem começou a perder a estrela e eu estava cansado demais para perceber que era a luneta de guiagem que estava embaçando. Faziam cerca de 22 horas que eu estava acordado e decidi que era hora de dormir. Foi triste perceber que, às quatro da manhã, o céu estava maravilhoso depois de ter passado a noite toda ruim, mas eu estava cansado demais e haviam ainda mais três dias pela frente. Era hora de descansar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

4º Encontro Brasileiro de Astrofotografia - Fotos de Paulo Cacella

Nebulosa de Lagoa fotografada durante o EBA, por Paulo Cacella

Um dos grandes astrofotógrafos que estiveram em Alto Paraíso durante o EBA foi Paulo Cacella. Ele estava bem próximo de mim, logo ao lado do Diniz. Absolutamente calmo o Paulo é aquele tipo de pessoa que você gosta de ter ao lado num evento desses. Uma das coisas que vou lembrar era o jeito que ele conseguia cochilar em sua cadeira enquanto estava fotografando. Eu teria caído da cadeira (até acordado eu consegui cair, mas isso fica mais pra frente, rsss).

Ele tem um site, chamado Astronomia Diletante, que está em inglês e já postou algumas fotos tiradas durante o EBA em seu site. Vale a pena dar uma olhada lá, clicando nas imagens (duas vezes) é possível vê-las em tamanho natural (5000x3000), o que é ótimo.



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

4º EBA - Primeiro dia - Segunda Foto - NGC 7000 (Nebulosa América do Norte)

Aqui vemos com destaque a parte chamada Golfo do México
Já eram quase duas da manhã no primeiro dia do EBA quando as nuvens finalmente começaram a diminuir e eu pude tentar uma das fotos que tinha colocado na minha relação de objetos que queria fotografar no evento.

Assim que o céu limpou pra valer em direção ao norte, apontei o telescópio para a Nebulosa América do Norte. Uma grande e brilhante nebulosa na Constelação do Cisne.

Tirei cerca de oito frames de 3 minutos, mas por causa de vento, umidade e talvez um já excessivo peso sobre minha montagem CG5, a metade deles ficou desalinhada, então só pude aproveitar 4 para a foto final, cujo resultado, para ser honesto, não me deixou feliz num primeiro momento, mas trabalhando algumas técnicas novas de processamento que aprendi no dia de hoje, acabaram por me satisfazer.

É claro que é impossível colocar esse monstro todo na foto. Nela podemos ver bem uma área chamada de golfo do México. eu espero futuramente poder publicar uma foto completa de NGC 7000.

4º EBA - Primeiro dia - Primeira Foto - M7 (Aglomerado aberto de Ptolomeu)


O primeiro dia de EBA foi o mais complicado. Posso dizer que foi o único que não considerei bom. O grande problema dos primeiros dias na chápada é que saio do serviço e já vou para o evento. Então acordo seis e meia da manhã, arrumo minhas coisas e vou trabalhar. Minha esposa me pega no serviço às duas da tarde para irmos para a chápada. Daí é ficar acordado até as cinco da manhã e isso acaba comigo.

Para complicar as coisas de vez, o primeiro dia do EBA foi marcado por nuvens que enfernizaram até as três da manhã. Eram o pior tipo de nuvens, daquelas que estão o tempo todo lhe dando esperanças de que as coisas podem melhorar, mas estão sempre te enganando.

Eu via um local no céu sem nuvens, apontava o telescópio para lá e de repente estava tudo nublado ali. Via uma outra área que agora estava limpa e virava o refrator para lá. De repente era lá que estava nublado e onde eu estava antes limpava como mágica. Imagina o que acontecia se eu voltasse para lá?

Cansado dessa brincadeira e sem ter feito nenhuma foto mais de seis horas depois de ter chegado. Resolvi largar meu telescópio apontado para o aglomerado aberto de Ptolomeu (M7) e deixar ver o que acontecia. Tirei cerca de 30 fotos de 45 segundos. O resultado é que só pude aproveitar 4, que compõem a imagem acima.

A foto foi feita sem guiagem, pois seria impossível manter uma estrela de guiagem com o céu nublado. O alinhamento polar foi feito tem auxílio de luneta polar, mas mesmo assim eu consegui quarenta e cinco segundos praticamente sem rastros, o que foi uma vitória (no dia seguinte eu conseguiria uma luneta polar e as coisas melhorariam ainda mais). Para dar uma forçada na imagem, aumentei o ISO para 3200.

Em casa, empilhei as quatro imagens sobreviventes no Deep Sky Staker e dei um stretching no Iris. Mais alguns ajustes em editores de imagens e consegui o resultado acima, que em minha opinião, foi até melhor do que o esperado.

Na foto, eu adorei o homenzinho correndo desesperado no alto da foto, à esquerda! Trata-se da nebulosa escura Barnard 287. Ela não tem relação com M7. É muito maior e está muito mais distante, compondo a imagem de fundo.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Chegando do 4º Encontro Brasileiro de Astrofotografia

Eu no terceiro dia de evento, com o grande José Carlos Diniz de vizinho
Cheguei hoje do 4º Encontro Brasileiro de Astrofotografia. Foi uma experiência fantástica, uma oportunidade excelente para conhecer grandes astrofotógrafos, fazer novos amigos e reforçar laços com outros, trocar muitas ideias e, principalmente, aprender muito.

Eu confesso esperava mais do meu desempenho, uma série de trapalhadas da minha parte e um embaçamento constante da luneta de autoguiagem me atrapalharam muito, mas eu aprendi demais com meus erros e com conselhos que recebi durante o EBA. Mesmo assim consegui umas três fotos que vão mostrar um bom desenvolvimento e também outras que não ficaram tão boas, mas que merecem ser publicadas.

Fiquei muito impressionado com algumas imagens que vi de outros astrofotógrafos, muitas delas, mesmo sem nenhum tratamento, me impressionaram e fiquei feliz de saber que o Brasil possui gente muito boa em astrofotográfia, embora sejam tão poucos.

Eu fiquei justamento ao lado do José Carlos Diniz, um dos mais respeitados do Brasil. Foi uma grande oportunidade de conhecer não só uma referência na área, como uma figura sempre disposta a nos ajudar em praticamente qualquer assunto referente a astrofotográfia.

Nas próximas semanas eu vou publicando meus processamentos. Vou tentar fazer em órdem cronológia. As fotos vão me ajudar a lembrar melhor os acontecimentos e quem sabe eu possa contar algumas histórias legais sobre o 4º EBA.

Eu vou considerar os quatro dias na Chápada como sendo EBA. Na verdade, formalmente os dois primeiros dias foram de ENOC (Encontro Observacional do CASB) e somente os dois últimos foram EBA, mas para facilitar minha organização, prefiro chamar o evento com um único nome, até por que não houve diferença entre os dois dias de ENOC e os dois do EBA. Em todos, o objetivo de maioria era fotografar.

Um grande abraço a todos
Rodrigo