terça-feira, 31 de julho de 2012

Quinto EBA - Segundo dia, quarta imagem - NGC 6559


Complexo Nebular NGC 6559
Alto Paraíso - Goiás - 20 de Julho de 2012
Exposição 20x180 segundos ISO 1600
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+15 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0 

Chegamos a quarta foto do muito produtivo segundo dia do Quinto EBA, quando fiz seis boas imagens. Com os mesmos 20 frames de três minutos em ISO 1600 da Nebulosa do Véu, apresento a vocês o belo complexo nebular NGC 6559. Está imagem, ao contrário da anterior me deixou muito feliz com o contraste e cores alcançados.

Quem olhar a foto maior pode achar que o foco não estava bom como nas fotos anteriores. Mas estava, o que acontece é que aqui não usei o filtro mínimo no Photo Shop (No CS4 vá na barra de títulos em filtros-outros-mínimo). Como essa é uma região de enorme densidade de estrelas o filtro mínimo estava meio que misturando elas, fazendo as estrelas ao fundo se parecerem mais com um mingau do que com a Via-láctea que conhecemos.

Essa é uma nebulosa muito interessante, pois está em frente a uma área de grande concentração de estrelas, próxima ao centro da Via-láctea e é circundada por grandes nuvens de poeira, formando uma imagem que mais parece uma pintura. Acredito que ela é pouco fotografada por estar muito próxima da Nebulosa da Lagoa, que é visível a olho nu e sempre atrai nossa atenção. Mas isso não quer dizer que NGC 6559 seja menos interessante do que a Nebulosa da Lagoa, é apenas um alvo mais difícil. As duas nebulosas, inclusive estão associadas.

domingo, 29 de julho de 2012

Quinto EBA - Segundo dia, terceira imagem: - NGC 6960 - Nebulosa do Véu do Oeste.

Nebulosa do Véu do Oeste - NGC 6960
Alto Paraíso - Goiás - 20 de Julho de 2012
Exposição 20x180 segundos ISO 1600
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+15 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0


Chego à terceira foto do segundo dia de EBA e mais chata foto de todas. Da nebulosa do Véu do Oeste. Isso mesmo. Existem duas nebulosas do Véu, a do leste e a do Oste. Para pegar as duas eu precisaria de uma lente com campo maior ou fazer um trabalhoso mosaico que atingisse as duas. Cada uma delas tem sua marcação do catálogo NGC. Sendo a Nebulosa do Oeste catalogada como NGC 6960, enquanto sua companheira à leste é marcada como NGC 6992.

De todas as fotos do EBA, esta é a que mais me decepcionou em relação a espectativas que os frames únicos davam. Eu realmente esperava mais dela. Um dos motivos poderia ser o uso de ISO 1600 ao invés de ISO 800 das fotos anteriores. Mas com 20 frames e comparando com a foto da Nebulosa da Águia que tirei ano passado em ISO 1600, não posso culpar o ISO mais alto. Acho mesmo que o céu é que não estava bom. Na verdade este ano o céu só deixou de estar embaçado quando o EBA acabou.

A partir desta foto, Eu optei por ISOs mais altos e tempos menores de exposição. Eu sei que isso teve consequência na qualidade das imagens. Mas a situação estava complicada em Alto Paraíso. Ao se olhar para o Sul, percebia-se o céu completamente nublado. Eu tinha um certo receio de que aquele fosse nosso último dia sem núvens, afinal, no dia anterior ao EBA eu tinha pego a maior chuva em Brasília. Por isso em nenhuma das fotos seguintes eu usei mais de uma hora de exposição. Felizmente acho que somente essa foi mais prejudicada por isso.

Repare que o contraste da imagem não está muito intenso. Eu deixei assim por que foi o jeito de que mais gostei da nebulosa. Correções de cor e contraste estavam deformando muito ela. Às vezes menos processamento é melhor.

No Enoc de maio, eu havia fotografado a nebulosa do Véu do Leste, mas acabei não publicando ela aqui por falta de tempo. Para compensar a falta. Segue abaixo a imagem. Ela foi feita num céu melhor, mas eu estava sem notebook devido a falta de energia e de um cabo para ligá-lo ao PowerTank. A imagem foi feita usando um cabo disparador na câmera.


sábado, 28 de julho de 2012

Quinto EBA - Segundo dia, segunda imagem: - NGC 5128 - Galáxia Centaurus A


Galáxia Centaurus A - NGC 5128
Alto Paraíso - Goiás - 20 de Julho de 2012
Exposição 10x180 segundos ISO 800 + 10x180 segundos ISO 1600
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+6 darks e 10 offsets em ISO 800 e +10 darks e 10 offsets ISO 1600)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0


O próximo objeto que fotografei no EBA é um dos meus preferidos. Foi um dos primeiros objetos que tentei fotografar quando comecei na astrofotografia e é um dos que acho mais interessantes no céu: A Galáxia Centaurus A, catalogada como NGC 5128.


Galáxias afastadas e nebulosas planetárias não são os melhores objetos para serem fotografados pelo meu telescópio. Devido a pequena distância focal e a pouca abertura, o ED de 102mm é mais adequado para grandes nebulosas ou galáxias próximas como Triângulo ou Andrômeda. Um telescópio de maior abertura faria um trabalho muito melhor em Centaurus A, mostrando muito mais resolução.

Notem que esta foto foi feita com frames de mesmo tempo de exposição, mas ISO diferentes. Isso aconteceu por que ano passado, eu havia tentado uma foto de NGC 5128 com uma barlow 2x, para conseguir mais resolução e acabei deixando os frames muito escuros, na esperança de que o empilhamento deixasse a imagem mais brilhante. Mas isso não aconteceu, e a imagem ficou tão escura que não consegui aproveitar ela nem para publicar no post de Fails. Sim, o uso de uma barlow 2x consegue melhorar a resolução de uma pequena galáxia no meu telescópio, mas também exige de quatro vezes mais tempo de exposição para que a imagem fique com o mesmo brilho que teria sem a barlow.

Então, com medo de ter uma NGC 5128 muito escura novamente, resolvi aumentar o ISO no meio da captação para conseguir mais brilho.

Abaixo deixo um close na galáxia para vermos mais de perto. Você também pode ver a imagem acima maior, clicando nela.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

QUINTO EBA - Segundo dia, primeira imagem - Nebulosa da Lagoa (M8)


Nebulosa da Lagoa M8
Alto Paraíso - Goiás - 19 para 20 de Julho de 2012
Exposição 20x180 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+6 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Iris/Photo Shop 4.0

Após terminar o primeiro dia do Quinto EBA com apenas duas fotos, eu arrumei a minha montagem, que havia apresentado problemas no dia anterior e comecei o segundo dia. Este dia foi de longe o melhor do evento, resultando em seis fotos publicáveis. A primeira delas você vê acima, da Nebulosa da Lagoa. É também a primeira imagem com um erro bem evidente: "Em que diabos eu estava pensando quando enquadrei a Nebulosa na parte debaixo da foto? Por que não a coloquei no meio?". Houve outro erro que não ficou tão evidente assim, mas que ocorreu e pode ser percebido por olhos mais atentos. Quando eu já tinha feito uns dez frames comecei a desconfiar que o foco não estava bom, as estrelas estavam meio grandinhas. Então resolvi fazer um pequeno ajuste no focalizador e de primeira vi o que era uma foco realmente bom.

Fiz mais uns dez frames, sendo que os primeiros quatro ficaram perfeitos, mas os seis seguintes ficaram com problemas de alinhamento. Após vinte frames tão bagunçados desisti da Nebulosa da Lagoa e parti para o próximo objeto.

Mas eu sou um cara curioso e quando cheguei em casa resolvi colocar todos os frames no Deep Sky Stacker, mais 8 dark frames e 10 offsets e ver o que acontecia. O resultado, depois de algum processamento no Paint Shop é a minha melhor foto dessa nebulosa até hoje, mesmo com o enquadramento estranho. Por isso ela está aqui.

Em relação ao foco, ano passado eu usei uma Máscara de Hartmann, que me ajudou muito, mas eu tive o péssimo hábito de achar que bastava acertar o foco uma vez e ele ficaria bom o resto da noite. Isso não acontece por diversos fatores. Um deles é que a câmera pode se descolar para fora do tubo quando o telescópio está apontado para objetos mais elevados. Isso é algo que existe a probabilidade de acontecer. Mas surpreendentemente, podemos ter a surpresa de, mesmo com o telescópio apontando para cima a noite toda, descobrirmos que o foco está é mais para fora e não mais para dentro, que é o que aconteceria se a câmera subisse pelo próprio peso, o que vai contra a lei da gravidade, o que faria Newton se revirar em seu túmulo.

Mas o que fez a câmera subir? Na verdade não foi a câmera que subiu, o que aconteceu é que do começo da noite até o meio da madrugada o telescópio simplesmente encolhe devido a diferença de temperatura. É uma diferença de tamanho mínima, que pode passar despercebida na hora de tirar os frames, mas um décimo de mílímetro é o suficiente para distorcer o foco e você vai acabar descobrindo isso na hora de processar as imagens.

Já em relação aos primeiros frames desta foto de Lagoa, o foco ruim não foi a culpa do peso da câmera e nem da variação de temperatura e sim de desatenção do astrofotógrafo que estava de conversê com os colegas do lado e não prestou tanta atenção no que estava fazendo. Apesar dessa falha, eu devo continuar fazendo o foco de olho mesmo e não com algum recurso digital ou instrumental, pois acho que isso faz parte do desafio, da diversão e esse é o principal motivo de eu praticar astrofotografia.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

QUINTO EBA - Primeiro dia, segunda imagem - Nebulosa Trífida (M20)

Nebulosa Trífida
 Alto Paraíso - Goiás - 19 de Julho de 2012
Exposição 6x240 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Iris/Photo Shop 4./Bible 5

No início da madrugada do primeiro dia do Quinta EBA, após coletar mais de vinte frames da Nebulosa IC 4628, eu decidi que era hora de mudar de objeto a ser registrado. O problema é que eu estava muito cansado, pois tinha acordado às seis e meia da manhã para ir mais cedo ao trabalho e já era uma da madrugada do dia seguinte. Além disso, algumas partes do céu estavam nubladas. Isso acabou me levando para um dos objetos mais manjados, mas também mais Belos da Astrofotografia: A Nebulosa da Trífida.

O que sempre chama a atenção nessa nebulosa é o contraste entre a sua parte avermelhada rodeada por outra azulada, além das nuvens de poeira cruzando seu interior. É realmente uma nebulosa espetacular, que, por ser muito brilhante, pode também ser fotografada em áreas com intensa poluição luminosa. Por isso é um alvo muito fotografada também da varanda do meu apartamento em meus intermináveis testes.

Minha ideia era conseguir pelo menos uma hora e vinte de exposição em Trífida, mas infelizmente, após a captação de seis frames de quatro minutos a momentagem começou a apresentar problemas. A guiagem não estava funcionando, deixando rastros enormes nas estrelas. E eu ainda demorei um pouco para perceber o problema, pois estava conversando com alguns amigos perto de outro telescópio enquanto o meu se embananava todo.

Quando voltei e percebi vários frames com problemas, tentei arrumar, mas as fotos continuavam ruins. Foi então que do nada o telescópio desceu sozinho. A embreagem não estava suficientemente apertada. Quando eu a apertava ela enconstava na montagem e por isso eu não consegui firmeza suficiente. A montagem estava frouxa. Chateado com aquele problema e muito cansado (já eram quase três da manhã), decidi ir dormir, por mais que isso me deixasse triste. Antes de sair o Sandro Rosa me explicou que o problema da minha montagem era facilmente resolvido, mas como eu já estava com meu setup semi desmontado, resolvi deixar para o dia seguinte. (Nos próximos posts falo um pouco sobre esse problema da embreagem)

Apesar de ter conseguido apenas seis frames de M20, o ruído foi bem reduzido devido ao ISO baixo, além disso eu processei essa imagem um pouco mais do que a anterior, a diferença mais visível, no entanto, é que não forcei tanto no vermelho. Para a Nebulosa Camarão, isso era necessário, pois o vermelho mostra mais detalhes da nebulosa. Em trífida o legal é mesmo mostrar o colorido.

Algo de que gostei muito nessa foto foi o foco, que está tão bom que praticamente não há coma na foto. Sim, no EBA eu percebi que o Orion Premium ED de 102mm tem bem menos coma do que eu pensava. Na verdade o coma que aparecia em outras fotos e que normalmente eu tiro com o programa IRIS era fruto de um foco ruim. Essa descoberta significou duas excelentes notícias para mim: primeiro que a ótica do Orion Premium é realmente  muito boa e, segundo: que eu posso usar o coma para perceber se o foco está perfeito. Para quem não sabe, coma é quando as estrelas do centro da foto estão redondinhas, mas na borda elas parecem estar correndo para o centro.

Pouco antes do EBA eu pensei até em comprar um field flattener (corretor de Coma), mas olhando essa foto eu percebo que isso não era lá muito necessário.

É uma foto um pouco mais humilde do que a anterior, prejudicada pelos poucos frames, mas ainda assim, que agrada aos olhos

terça-feira, 24 de julho de 2012

QUINTO EBA - Primeiro dia, primeira imagem - Nebulosa Camarão

Nebulosa IC - 4628 - The Prawn Nebula
Alto Paraíso - Goiás - 18 para 19 de Julho de 2012
Exposição 20x240 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Iris/Photo Shop 4.0

Chegou a hora de começar a mostrar minhas fotos do Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia. como fiz ano passado, vou mostrar as fotos na ordem em que foram tiradas. E a primeira imagem que captei no Quinto EBA foi da Nebulosa Camarão (Prawn Nebula). Eu já havia fotografado esta mesma nebulosa no EBA do ano passado e também da minha varanda, uma semana atrás. Resolvi começar com ela por que seria um bom teste para ver como evoluí do ano passado para cá e também qual seria a diferença de se fotografar num céu sem poluição nebulosa. Apesar dessa nova foto aindar não estar perfeita, em ambos os casos a diferença foi enorme.

Posso dizer que é comparado com ano passado que a diferença foi mais gritante. É até engraçado pensar que eu tinha o mesmo telescópio, a mesma câmera, a mesma montagem e um céu até melhor do que o desse ano. O diferença do Setup é que modifiquei a câmera e troquei a Neximage pela DBK 41AU02.AS como câmera de guiagem. É claro que, principalmente a modificação da câmera fez diferença, mas acho que o maior fator, sem falsa modéstia, foi a minha evolução como astrofotógrafo, tanto da captação como no pós-processamento. Tive principalmente um cuidado maior com o foco.

Quando digo que a foto  não está perfeita, um dos motivos é que já nessa foto a minha montagem começou a apresentar um problema nas embreagens,  que não estavam travando. Eu descobriria como regular as embreagens depois, com a ajuda de dois amigos do CASB.

O céu esteve incomodamente nublado no começo do primeiro dia. Eu tinha até deixado o telescópio fotografando a Nebulosa do Cisne durante o jantar, mas perdi quase todos os frames por causa das nuvens e desisti de processar essa foto, além disso, os poucos que se salvaram estavam com rastros evidentes demais. Prawn Nebula foi a primeira captação bem sucedida.

Eu estava chamando essa nebulosa de Falso Cometa, porque ano passado, alguém havia me dito que esse era o nome dela. Mas no CosmoFórum me disseram que na verdade ela se chama Nebulosa Camarão (prawn Nebula). Então fica aqui a correção. Como há muito poucas fotos dessa nebulosa tirada por brasileiros publicadas na internet ficou até difícil confirmar o nome dela em português.

Comparação com a imagem feita ano passado (a direita)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Voltando do Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia

Eu com a minha bagunça (também chamado de setup) no terceiro dia do Quinto EBA

Cheguei ontem do Quinto EBA, e só agora tive tempo de escrever um post. Posso dizer que foi um sucesso, apesar das nuvens terem atrapalhado em alguns momentos devido a esse tempo maluco dos últimos dias. Bem, considerando que estava a maior chuva na madrugada anterior ao primeiro dia, aqui em Brasília, ter tido a oportunidade de tirar mais de 10 boas fotos fez a viagem e os gastos valerem a pena.

Eu vou tentar processar tudo com calma e certamente haverão reprocessamentos. Vou tentar contar como foi cada dia e todos os perrengues que tive e coisas que aprendi, que foram muitas e fazem, até mais do que as fotos, um evento como esse valer a pena. Estar ao lado de alguns dos melhores astrofotógrafos do Brasil é muito legal. Eu também voltei de lá com algumas dúvidas em relação a como devo evoluir meu setup.

No todo, posso dizer que perdi praticamente uma noite e meia com nuvens e problemas na montagem (que felizmente foram resolvidos), por isso algumas coisas que queria fazer não aconteceram, e algumas imagens não foram captadas com o esmero que eu planejara, mas posso dizer claramente que houve uma evolução em relação ao ano passado, foram pouquíssimas fotos feitas com menos de 45 minutos de exposição, também estive mais atento ao foco, ponto onde falhei na maioria das fotos ano passado.

Continue acompanhando o Blog para ver as fotos e as histórias do Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia.

Um grande abraço a todos!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Amanhã começa o Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia

Começa amanhã o momento mais esperado do ano para o autor deste blog como astrofotógrafo: o Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia. O céu está estranho aqui em Brasília e talvez não tenhamos quatro dias de céu totalmente limpo, como eu gostaria, mas tenho certeza que dará para tirar umas boas fotos e principalmente, conversar e aprender muito com os feras que vão estar na Chápada dos Veadeiros Amanhã.

Hoje fiz os últimos preparativos, comprei cabos USB de cinco metros para as câmeras, para não ter que ficar mudando a mesa de lugar a cada foto, como fiz no ano passado, e também algumas fitas, isolante e adesiva. A gente nunca sabe quando vamos precisar dessas coisas. Superbonder e Durepoxi também podem salvar o dia, mas eu já tinha isso em casa.

Eu volto domingo e quem acompanhou este blog no Quarto EBA deve saber que eu devo passar o próximo mês processando e comentando as fotos que tirei no evento.

Deixo para vocês um vídeo feito pelo Sandro Rosa, do Encontro do ano passado, para vocês sentirem um pouco como é o evento.



Um grande abraço a todos e uma ótima semana

domingo, 15 de julho de 2012

IC 4628 - Nebulosa Falso cometa - Um alvo difícil fotografado da varanda do apartamento


Ontem eu voltei a Nebulosa Falso Cometa, nebulosa que havia fotografado durante o Quarto EBA, em julho do ano passado. A diferença é que eu não tinha a disposição o céu escuro da Chápada dos Veadeiros, já que não pude ir para o Enoc do Casb neste fim de semana. Tive que me virar com o céu da varanda do meu apartamento, no Águas Claras, bairro hiperdenso no meio do Distrito Federal.

Falso cometa é uma nebulosa bem pálida e num primeiro momento pode parecer um alvo impossível de uma área com tanta poluição luminosa, como a que vivo. Mas eu agora estou armado com um Filtro CLS, cuja função é justamente reduzir os efeitos da poluição luminosa e estava ansioso para testá-lo. Eu estou a poucos dias do EBA e também queria me entender melhor com a minha montagem e a auto-guiagem, que ultimamente estava muito rebelde. Num evento como o EBA, autoguiagem é fundamental. Ano passado eu fui muito bem sucedido usando como câmera guia uma Celestron Neximage não modificada, capaz de exposições de no máximo 0.2 segundos. Será uma vergonha se eu não conseguir usar a autoguiagem esse ano, quando tenho nas mãos uma DBK41, com 4 vezes mais campo e capacidade de exposições de até 60 minutos (embora dois ou quatro segundos seja o máximo razoável para autoguiagem).

Voltando a falar da foto de ontem, é claro que mesmo com o filtro CLS ela foi prejudicada pela enorme poluição luminosa da minha região e no momento da captação a autoguiagem não estava lá uma maravilha. Apesar disso, consegui poucos, mas bons 25 frames de 60 segundos e arrancar Falso Cometa da poluição luminosa foi uma vitória. Consegui uma foto que considerei até superior a que fiz da mesma nebulosa, um ano atrás, durante o quarto EBA. Naquela foto usei frames bem mais longos, de 3 minutos, mas foram apenas 8, a câmera ainda não era modificada e, principalmente, o foco foi uma tragédia.

Imagem da Nebulosa Falso Cometa feita durante o Quarto EBA, em julho de 2012, repare em como o foco estava ruim.
Para finalizar deixo para vocês uma interessante foto feita com oito imagens. Na coluna da esquerda temos quatro imagens de frame único feitas com o filtro CLS com exposições de 15, 30, e sessenta segundos em ISO 1600 e a última de 60 segundos em ISO 3200. Já na coluna da direita vemos frames do mesmo objeto, com os mesmos tempos de exposição, mas sem o uso do filtro.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Quando é preferível começar com um telescópio e não com um binóculo?

Quase todo mundo que decide entrar neste  universo mágico, encantador e viciante que é a astronômia, tem como segundo pensamento comprar um telescópio. Afinal o telescópio parece ser um instrumento tão básico para um astrônomo quanto um piano parece ser necessário para um pianista.

Mas quando decide consultar astrônomos mais experientes sobre qual telescópio comprar o que um novato mais escuta é: "Você não deve começar com um telescópio e sim com um binóculo". Sim, na maioria das vezes essa é a coisa certa a se fazer: começar com um binóculo, pois este, com um campo muito maior, torna-se uma ferramente muito mais simples para se conhecer o céu. Mas não devemos tomar isto como uma verdade universal. Existem sim, condições em que um telescópio pode ser o instrumento ideal para começar em astronomia e não o binóculo. Se você se enquadra nas condições abaixo, pode sim pensar num telescópio como primeiro instrumento astronômico:
  1.  Quando se mora num lugar com grande poluição luminosa.
  2.  Quando tem muito poucas ou nenhuma oportunidade de se dirigir a uma área sem poluição luminosa.
Em áreas com grande poluição luminosa, você conseguirá, com um bom binóculo, ver algumas estrelas a mais e talvez a nebulosa de órion, mas será só isso: mais pontinhos brancos na lente, e nem são tantos assim. Fazer observações mesmo das nebulosas mais brilhantes, da estrutura da via-láctea ou de galáxias vizinhas, como a Pequena e a Grande Nuvem de magalhães é algo totalmente possível e divertido com um bom binóculo de 50 ou 60mm se você estiver longe da cidade, mas é inviável em uma área com grande poluição luminosa. Por isso, se você não tem como ir para longe das luzes da cidade, a verdade é que fará muito pouca coisa com um binóculo. Até conseguirá ver as Luas de Júpiter, embora com dificuldade, pois o disco do planeta não estará redondo e as Luas só aparecerão quando estiverem longe do planeta. E nem conseguirá dividir os anéis de Saturno do disco daquele planeta.

Se você está na cidade e não tem condições de ir para uma área rural, um pequeno refrator de 70 ou 80mm, ou um refletor de 114mm pode lhe dar muito mais alegria e diversão do que um binóculo. Na cidade, os objetos que são menos afetados pela poluição luminosa são muito melhor vistos com um telescópio do que com um binóculo. Com um refrator de 70mm de abertura e 700mm de distância focal é possível vislumbrar os aneis de Saturno e ver como o ângulo do planeta se altera em relação a Terra, é possível também ver as duas faixas principais de Júpiter e até a grande mancha vermelha. Acompanhar a movimentação das Luas de Júpiter torna-se algo divertido. Também é possível acompanhar as fases de Vênus e Mercurio e explorar a Lua torna-se um deleite que pode lhe ocupar por anos se você quiser saber o nome de todas as crateras e formações que visualizar. Também é possível visualizar alguns poucos, detalhes de Marte, como a calota polar. E a grande nebulosa de Órion será uma visão muito melhor do que no binóculo. Você também poderá separar várias estrelas duplas indivisíveis ao binóculo, como Alpha Centauri e Alpha Crux. Além disso tudo, muitos aglomerados abertos mais brilhantes, como caixinha de Joias, M7, M6 e M44 serão objetos muito mais interessantes do que seriam num binóculo.


Na cidade é muito difícil ver objetos de céu profundo, mas objetos brilhantes do Sistema Solar não são afetados

O telescópio tem outras vantagens em relação a um binóculo: normalmente vem com um prisma de 90 graus que permite muito mais conforto na visualização com tripé. Um binóculo normalmente não vem com tripé, e mesmo com um, observar objetos que estão no zenite pode ser algo bastante desconfortável. Um telescópio também lhe permite trocar de oculares e ver objetos maiores ou menores com um aumento mais adequado ao objeto sendo observado.

Por isso tudo, se você está na situação apontada acima, possui pouco dinheiro, mas está doido para comprar um telescópio como primeiro instrumento astronômico e não um binóculo, não se envergonhe em começar pelo telescópio. Você não está fazendo a coisa errada. Na verdade os dois são instrumentos essenciais para astronomia. Quase todo astrônomo amador  que se dedica a observações possui os dois. Normalmente usa o binóculo para reconhecer o céu e o telescópio para a observações propriamente dita. Na verdade seja por qual deles você optar, irá sentir a falta do outro.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Um Mamute no Sol - Achei uma outra foto

Uma das fotos mais clássicas e mais comentadas deste astrofotógrafo que aqui escreve foi a famosa: Um manute no Sol, que fotografei em 27 de agosto de 2011, ainda com o Coronado sem modificações, com apenas 40mm de abertura e com a Celestron Neximage. Eu sempre me perguntei se aquela proeminência reamente pareceu um mamute ou se era apenas devido a pouca qualidade do meu setup da época.

Hoje, navegando pela internet, tive a felicidade de encontrar um registro, feito com um setup muito superior ao que eu tinha naquele dia, em que a proeminência está identica ao que foi registrado por mim, com muito mais qualidade e resolução, é claro. Ela foi fotografada quase às sete horas do horário universal. Eu devo ter fotografado o Mamute quase neste mesmo horário. O fotógrafo foi Jim Ferreira, da Califórnia - EUA, que fez a imagem com um telescópio de 100mm de abertura e um filtro Day Star Ion H-Alpha em 0,8 angstrons. Não consegui identificar a câmera.

O mamute fotografado por Jim Ferreira, com o telescópio de 100mm e um filtro Daystar de 0,8A

A mesma proeminência registrada por mim. Imagem feita com o Coronado PST e a Neximage, da varanda de meu antigo apartamento.
A imagem do Jim Ferreira prova que a proeminência realmente parecia um mamute e a imagem em minha foto não foi provocada somente pela limitada qualidade ótima do meu equipamento. Tenho que dizer que achei muito legal encontrar este outro registro.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Grande Erupção solar em 30 de Junho de 2012 - Reprocessamento


Aqui vai um post rápido. Eu reprocessei a minha imagem da grande erupção solar que fotografei sábado passado. Foi porque o Vitor, do Cosmofórum havia comentado que a imagem não parecia estar com o foco perfeito. Eu confesso que não havia percebido isso, mas com um processamento um pouco mais apurado acho que consegui melhorar a imagem. Espero que tenham gostado do resultado.

Para não parecer que apenas pintei a imagem de azul, deixo abaixo uma comparação entre a nova imagem e a imagem anterior:


Não estranhem a cor azul. Na verdade quase todas as boas imagens solares são feitas com câmeras monocromáticas e normalmente o astrofotografo escolhe a cor que produz a imagem que mais lhe satisfaz. Muitos usam cores amarelas ou vermelhas porque lembram o Sol como vemos, outros preferem cores frias (acho até que isso tá na moda). O Rogério Marcon, um dos melhores astrofotógrafos solares do mundo prefere o violeta, e outros, uma minoria, mantém a cor original.

Um registro da força da DMK 21AU02.AS - Como acontece o milagre da multiplicação dos pixeis?


A DMK21AU02.AS, câmera monocromática da Imaging Source com resolução de 640x480 é realmente uma câmera impressionante. Por quê? Porque acho incrível que a câmera consiga uma imagem como a vista acima com uma resolução de apenas 640x480. Cliquem na imagem acima e reparem que ela tem resolução próxima a 1280x960 e preste atenção na nitidez dos detalhes. Como é possível isso acontecer?

Bem, há vários motivos para que tal milagre seja possível, o primeiro é que está câmera é monocromática, que como dito num post recente, é três vezes mais sensível do que uma câmera colorida, segundo é que está imagem não foi resultado de uma foto, e sim de um vídeo de 2000 quadros em que os 1500 melhores foram empilhados no Registax 5.1. Terceiro por que na hora de empilhar os vídeos, em marquei uma opção chamada Drizzling. Essa opção permite que eu multiplique a resolução da imagem final, aumentando em duas vezes a largura e a altura, criando uma imagem com 4 vezes mais resolução, transformando os frames de 0,3 Mega pixels em um frame final com mais de um megapixel. Esse resultado nem sempre dá bons frutos com qualquer câmera, mas numa DMK21 produz resultados impressionantes.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O Sol e a Lua com a DBK 41AU02.AS e redutor focal GSO 0.5x

O Sol em H-Alpha com a Imaging Source Colorida (DBK41) e o redutor focal da GSO, numa imagem que considerei excelente para uma câmera colorida fotografando em banda estreita.

Recentemente comprei um redutor focal do Armazém do Telescópio. (Clique aqui para ver o produto). Confesso que esse é o tipo de compra que às vezes faço porque tou meio sem nada pra fazer. Nada como aquela emoção de estar esperando um produto pela internet para dar uma animada naquela semana vazia. É o tipo de compra que eu sei que posso me decepcionar, mas cujos riscos fazem parte da eventura.

Um redutor focal para telescópio é uma lente colocada entre a objetiva e o sensor da câmera, com a função de diminuir o aumento da imagem. A ideia é aumentar o campo de visão para nebulosas e galáxias que não caibam no campo de visão original gerado pelo sensor num determinado telescópio. Também ajuda muito em fotos lunares e solares quando se deseja pegar o disco todo destes astros e eles não cabem na imagem. Uma solução ao redutor é o uso de mosaicos (juntar várias imagens), mas quem já tentou fazer um mosaico do Sol sabe o quanto é difícil conseguir uniformidade no brilho da imagem. O principal objetivo da compra desse redutor era justamente conseguir campos maiores do Sol.

O maior problema ao se adquirir um redutor focal é que na maioria das vezes não sabemos como ele irá alterar o foco de nosso equipamento, podendo fazer o foco recuar muito, ou, o que é pior, avançar até entrar no tubo do telescópio, o que costuma exigir uma solução bem mais trabalhosa.

O redutor focal do Armazém do Telescópio estava bem barato, por isso eu sabia que a chance de não conseguir bons resultados era grande. Posso dizer que o instrumento teve seus altos e baixos desde a sua chegada. Os maiores baixos foram com céu profundo. Ele não deu foco com a Canon T2i em meu refrator ED de 102mmF7. Ficou parecendo que eu precisava de mais meio metro de tubo para conseguir o foco. Bem, pelo menos o foco estava pra fora e eu não precisaria cortar o tubo se quisesse usar.

Uma coisa engraçada: no site do Armazém do Telescópio há uma resposta a um usuário que não conseguiu foco com sua câmera. O site sugere como solução utilizar uma barlow para colocar o foco no lugar novamente. Eu fiz isso mas considerei uma idiotisse. A imagem ficou do mesmo tamanho do que se estivesse sem nenhum dos dois. Não ganhei o aumento da Barlow nem a diminuição do redutor, mas ganhei a aberração cromática dos dois.

Também não gostei do redutor para fotos de céu profundo com as câmeras da Imaging Source, com ambas as câmeras as estrelas nas bordas ficavam parecendo cruzes ao invés de pontos. Isso foi nos frames, me pergunto se o DSS conseguiria corrigir essa falha no empilhamento. Confesso que não usei o redutor para observação de céu profundo. Fico devendo isso, sempre me concentro mais em astrofotografia.

Na verdade para observação só usei o redutor com o Coronado PST atachado ao ED de 102mm e foi com ele atachado a uma ocular de 10mm que consegui vizualizar minha melhor imagem do Sol até hoje e isso foi muito bom. A imagem vista com esse conjunto curiosamente foi mil vezes superior ao que consegui com uma ocular de 20mm, mas isso provavelmente é devido as peculiaridades que essa modificação provoca, muitas oculares tem comportamentos completamente bizarros com a configuração Coronado PST + ED 102mm.

Mas nem tudo é tristeza na fotografia. No último sábado fiz duas fotos com o redutor focal que considerei bem legais. Fotografei o Sol com a colorida DBK41, que tem um campo bem maior que a monocromática DMK21. E gostei muito da imagem. O legal de se fazer uma foto do Sol sem o uso de mosaico e que conseguimos deixar o Sol com o aspecto esférico, tridimensional, e não como um disco bidimensional, que comumente vemos em mosaicos.

Na segunda foto, fotografei a Lua quase cheia também com a colorida DBK41 + redutor focal. Ao contrário do Sol, a Lua coube com sobras no campo de visão. Essa diferença deve ter sido causada porque para fotos solares eu tive que improvisar a adaptação da câmera, tirando o adaptador da Imaging Source e deixando o redutor mais próximo do sensor do que o normal, o que aumentou o disco solar. Apesar disso, como a atividade solar concentra-se normalmente próxima a região do equador, acho que posso continuar fotografando o Sol com essa configuração sem me preocupar em pegar os pólos.




Para a Lua eu também gostei muito do resultado final pós-processamento. Mas não posso deixar de dizer que o redutor provocou uma forte aberração cromática nas bordas. A imagem abaixo, um crop da foto em tamanho original, antes do tratamento, deixa isso bem claro. Nessas horas me pergunto se esse redutor não é mais voltado para observação do que para fotografia. Vou fazer algumas observações no próximo final de semana para dizer o que achei dele no céu noturno. Apesar de tudo, essas duas fotos acima mostram que, com o processamento certo, é possível se conseguir boas fotos com o redutor da GSO.

Crop da Lua fotografa com o redutor Focal da GSO mostra a aberração cromática provocada pelo redutor.

Redutor focal 0,5x da GSO usado nas fotos deste post.