sábado, 25 de janeiro de 2014

Qual câmera para astrofotografia você pode comprar com até 500 reais?

Este Blog já tem um post sobre equipamentos para Astrofotografia, mas decidi começar a desmembrar alguns assuntos e ser mais específico. Até mesmo por que alguns equipamentos tiveram mudanças nos últimos anos e, é claro, eu também aprendi mais um pouco depois dos posts anteriores.

Decidi começar falando mais especificamente de câmeras para astrofotografia, principalmente por que tenho considerado este, o grande gargalo para a maioria dos astrofotógrafos brasileiros. Muitos, munidos de ótimos telescópios, não conseguem bons resultados por estarem com câmeras que são incapazes de tirar tudo o que o equipamento óptico é capaz.

Desde que fiz os posts sobre equipamentos para astrofotografia, acho que a mudança mais significativa foi o lançamento das câmeras planetárias da ZWO, que estão literalmente pulverizando a concorrência ao oferecerem modelos mais rápidos e flexíveis do que as Imaging Source e Lumineras, por um preço que chega algumas vezes a ser uma fração do que é cobrado pelos concorrentes. A QHY também tem chegado com câmeras interessantes, principalmente para céu profundo.

Como a informação mais importante para o astrofotógrafo brasileiro quase sempre é "quanto o produto custa", vou tentar separar as câmeras não por tipos, mas por faixa de preço. Então, vamos ver quais são as melhores opções de acordo com o quanto você pode gastar com uma câmera. Vou começar por aquelas que custam até 500 reais:

Qual câmera para astrofotografia você pode comprar com até 500 reais?

No Brasil, achar uma boa câmera para astrofotografia por até 500 e que seja boa, é um desafio. O problema é que 90% dos aspirantes a astrofotografia no Brasil pedem uma indicação nessa faixa de preço. Eu sempre digo para economizarem um pouco mais e adquirirem algo melhor, mas se a impaciência é muito grande, lá vão as opções:


Uma câmera Portátil de qualidade

São as famosas Cybershots e similares. Câmeras compactas normalmente do tamanho de uma caixa de cigarros, que cabem do bolso e que possuem zoom ótico entre 4x e 10x. Você pode achar bons modelos por menos de 500 reais, mesmo novos.

Prefira as que possuem mais configurações manuais, principalmente para tempo de exposição e sensibilidade (ISO). A Canon tem algumas Powershots com comandos manuais que podem render imagens razoáveis, conseguindo tempos de exposição de até 15 segundos e tendo firmwares que podem aumentar ainda mais este tempo.

Vantagens: Fáceis de encontrar, ao telescópio podem aumentar a imagem através do zoom óptico, dispensando o uso de Barlows.
Desvantagens: Sensores pequenos com resolução muito alta gerando grande ruído praticamente em qualquer nível de sensibilidade. Muito difícil de retirar as lentes para foco primário sem prejudicar o funcionamento da câmera. Normalmente usa-se o método afocal, com a lente da câmera apontado para o telescópio. As lentes precisam de adaptadores desajeitados para acoplar ao telescópio (alguns astrofotógrafos preferem até construir seus próprios adaptadores). A imensa maioria tem poucos comandos manuais, por isso pesquise muito antes de comprar.
Recomendada para: fotografia Lunar, solar (com filtros adequados) e fenômenos meteorológicos. conseguem fazer widefiel de céu profundo. (PS: Talvez "Recomendada" não seja o termo correto. O correto seria: "Menos pior")
Onde encontrar: Lojas de departamento, lojas on-line, sites de leilão, etc. 


Imagem da Via Láctea em widefield feita com uma Canon Powershot SX120 sem telescópio. Autor - Usuário marcosastro - Astrobin

A Lua fotografada por uma Sony Cybershot num refletor de 6 polegadas: Autor - Usuário Michael_Xyntaris - Astrobin



Uma câmera superzoom de entrada ou usada.

Câmeras superzoom são aquelas câmeras que estão entre as compactas e as DSLRs. Eles são mais encorpadas que as compactas, podendo ter quase o tamanho de uma DSLR, possuindo lentes bem maiores do que as câmeras compactas, mas usando praticamente os mesmos sensores. Por isso a maior vantagem que tem em relação as compactas está na possibilidade de zoons mais elevados e não numa melhor qualidade de imagem.

Na verdade para fotografia com telescópio, as superzoons são ainda menos adequadas do que as câmeras compactas, por serem muito pesadas e grandes, colocá-las num adaptador é ainda mais difícil e eles podem desalinhar apenas com o próprio peso. As lentes maiores tornam o alinhamento com a ocular ainda mais difícil. Por isso são pouco recomendas para astrofotografia com telescópio. Normalmente o que dá para fazer com uma câmera superzoom é fotografar a Lua, com o zoom no máximo e fazer imagens de céu profundo, com o zoom no mínimo, com uma qualidade próxima a que se consegue com uma câmera compacta com recursos manuais. Essa qualidade é muito inferior ao que se conseguiria com uma DSLR.

Vantagens: Fáceis de encontrar, aumentam muito a imagem através do zoom óptico.
Desvantagens: Como as compactas, possuem sensores pequenos com resolução muito alta, gerando grande ruído praticamente em qualquer nível de sensibilidade. Também é muito difícil de retirar as lentes originais sem prejudicar o funcionamento da câmera. Seu uso em adaptadores é ainda mais desajeitado do que nas câmeras compactas, devido ao maior volume e peso.
Recomendada para: fotografia Lunar, solar com filtro adequado e fenômenos meteorológicos. (aqui também o termo "menos pior" caiba melhor do que "recomendada")
Onde encontrar: Lojas de departamento, lojas on-line, sites de leilão, etc.


A esquerda, uma superzoom num adaptador para telescópio, A direita uma câmera compacta.


Uma Webcam de qualidade

- Uma boa webcam custa entre 100 a 300 reais. Existem boas webcams a venda em boas lojas de informática ou no mercado livre. Normalmente é necessário fazer uma modificação, tirando a lente original da câmera para expor o sensor diretamente a luz emitida pela objetiva. Essa adaptação é muito mais fácil do que nas câmeras portáteis, normalmente basta desparafusar a lente e encaixar a câmera de algum modo no telescópio que pode ser bem artesanal. Por serem muito leves, essa adaptação pode ser feita até com fita adesiva de qualidade. Algumas câmeras, como a Phillips SPC900, hoje muito difícil de encontrar, tem adaptadores disponíveis do mercado. As melhores possuem sensor CCD, mas já existem algumas com sensores CMOS que entregam imagens aceitáveis. A Microsoft tem algumas boas Webcams em linha que podem trazer bons resultados.

Vantagens: Mais fáceis de adaptar a telescópios do que as Cybershots. Vídeos são gravados em extensões mais compatíveis do que nas compactas. Sensores são pequenos, mas modelos com menor resolução, como o SPC900, geram mais sensibilidade e menos ruído.
Desvantagens: Necessita pesquisa para saber quais são os modelos de qualidade, a grande maioria das boas webcams são dificeis de achar, estão fora de linha ou mesmo são consideradas raridades.
Recomendada para: Fotografia Lunar, Planetária e Solar (com filtro adequado).
Onde encontrar: Lojas de departamento, lojas on-line, fóruns de astronomia e sites de leilão (Esse muita vezes pode ser a única opção).



WebCan SPC900nc com adaptador para telescópio. Normalmente basta desrosquear a lente e rosquear o adaptador.

Imagem feita com um Mak 127mm e uma Microsoft Lifecam Studio - Autor:  Usuário Ursa Maior - Astrobin


Júpiter capturado por uma SPC900NC da Phillips e um telescópio refrator de 120mm - Autor: Usuário JonM - Astrobin


Uma Câmera de vídeo astrofotográfica de entrada.

Existem câmeras de vídeo feitas por fabricantes de equipamentos astronômicos. Entre os fabricantes mais populares, Celestron, Orion e ZWO são as que possuem equipamentos que podem ser achados por menos de 500 reais. Eles são semelhantes às Webcam de qualidade. Alguns diriam que são a mesma coisa, mas existem algumas diferenças básicas:
- Compatibilidade com os principais programas de astrofotografia planetária e podem vir com softwares próprios para captação e processamento.
- Vem prontas para conectar ao telescópio em foco primário (sem uso de ocular), não precisando comprar ou fazer adaptadores.
- Algumas possuem opções de tempos de exposição maiores, podendo ser aproveitadas como câmeras de autoguiagem em setups para fotos de céu profundo.

Hoje há duas categorias, as que possuem sensores com resolução VGA (ZWO ASI030MC, Celestron Neximage, Orion StarShoot Solar System Color Imaging Camera IV) e as com sensores de 5 megapixels (Celestron Neximage 5 e Orion StarShoot 5 MP Solar System Color Camera). Foram a Orion e a Celestron que lançaram essa tendência de câmeras planetárias com sensor de maior resolução. Apesar do marketing em cima disso, as fotos dessas câmeras não tem se mostrado melhores do que as feitas com sensores de menor resolução.
O modelo da ZWO é muito interessante pela flexibilidade, você pode reduzir o tamanho da imagem e assim aumentar a taxa de frames, o que é muito bom para fotografia de planetas, conseguindo até mesmo incríveis 335FPs na resolução 320x240, quase sempre suficiente para fotografia de planetas.


Vantagens: Prontas para adaptar ao telescópio. Sensores quando não são equivalentes, são melhores do que das melhores Webcams, compatibilidade com os softwares de captura e processamento astrofotográfico mais conhecidos.
Desvantagens: muito difíceis de achar no Brasil. No caso das ZWO, até mesmo no exterior não está fácil.
Recomendada para: Fotografia Lunar, Planetária e Solar.
Onde encontrar: Lojas on-line de produtos astronômicos, fóruns de astronomia e sites de leilão.

Nota: no exterior todas custam menos de 500 reais, mas no Brasil alguns modelos podem ser encontrados por um pouco mais do que 500, mas ainda podem ser consideradas como na mesma faixa das anteriores. Até pouco tempo atrás o Armazém do Telescópio vendia a ASI030MC por menos de 500 reais e pode ser que eles voltem, com o modelo atualizado, a ASI 034MC. Você pode adquirir a 034MC direto no site da ZWO. custa 400 reais com o frete, mas pode ser que sejam incluídos impostos na hora de entrar no brasil.

Lojas on-line de produtos astronômicos no Brasil onde você pode achar câmeras para astrofotografia.

Júpiter, fotografado com uma ASI030, num telescópio de 8 polegadas. Autor - Usuário Walter Martins - Astrobin

Júpiter, fotografado por uma Neximage 5, câmera de vídeo astrofotográfica com sensor CMOS de 5Megapixels, num telescópio de 8 polegadas..

Uma boa câmera de Segurança com sensor CCD

Sim, essa pode ser uma ideia interessante. Existem algumas câmeras de segurança disponíveis que podem ser acopladas ao telescópio produzindo principalmente imagens de céu profundo interessantes. Prefira modelos da Sony, Samsung ou outras marcas consagradas, evitando produtos de marcas genéricas que custem abaixo de 100 reais. Uma boa câmera de segurança para astrofotografia vai custar entre 200 e 300 reais no Brasil. Eu não sei muito como é a adaptação, pois dos tipos de câmera acima, foi o único que nunca usei.


Vantagens: melhores para céu profundo. Tem grande sensibilidade. Algumas são até usadas para apresentar vídeos dos objetos de céu profundo mais brilhantes ao vivo.
Desvantagens: pouco material em português disponível na internet. 
Recomendada para: Fotografia de céu profundo (não sei como se sai em fotografia planetária e lunar)
Onde encontrar: Principalmente em Lojas especializadas em equipamentos de segurança, sites de leilão.

Clique AQUI para ir a um site que explica um pouco melhor sobre câmeras de segurança para astrofotografia (em inglês)

Nebulosa de Orion fotografata com uma Samsung SDC-435 e um telescópio de 8 polegadas. Autor - Ben Mclerran - Astrobin

Nebulosa da Lagoa fotografada com uma Samsung SDC-435 e um telescópio de 5 polegadas. - Autor - Steve Wainwright

Uma DSLR bem usada 


Para céu profundo a melhor opção nessa faixa é uma digital single-lens reflex, ou simplesmente DSLR. Com um sensor muito maior do que os modelos anteriores, este tipo de câmera apresenta níveis de ruído muito menores, além da possibilidade de conectar ao telescópio por adaptadores simples e totalmente estáveis. Os modelos mais populares são da fabricante Canon, seguido pela Nikon e depois pelas outras.

O problema maior é que uma DSLR nova custa bem mais do que 500 reais e um modelo nessa faixa de preço não será uma câmera usada, mas normalmente uma câmera muito usada. Algumas podem já vir com defeitos anunciados e irrelevantes para astrofotografia, como por exemplo flash estragado. Outras podem ter problemas que você só vai descobrir depois e mais sérios. Por isso a compra é bastante arriscada, podendo ser muito recompensadora ou totalmente frustrante.


Vantagens: De longe a melhor opção para céu profundo possível nessa faixa de preço. Comandos manuais de exposição e sensibilidade, fáceis de acoplar ao telescópio.
Desvantagens: por serem mais caras, uma DSLR por 500 reais não é fácil de encontrar e quando você consegue é uma bem velhinha e a compra pode ser uma loteria. Mas há boas oportunidades disponíveis, podendo ser adquiridas em sites de leilão. No Ebay há muitos exemplares na faixa de 100 a 200 dólares.
Recomendada para: Fotografia de céu profundo e Lunar
Onde encontrar: Sites de Leilão e fóruns de astronomia.


Nota: para darem o máximo de si em imagens de Nebulosas de emissão (as vermelhas), as DSLRs precisam ser modificadas, com a troca do filtro a frente do sensor, que bloqueia grande parte da faixa das nebulosas de emissão. Está modificação é difícil, sendo recomendado que seja feita por um especialista e precisa de filtros que devem ser comprados no exterior. Apesar disso, mesmo sem a modificação, para céu profundo as DSLRs apresentam resultados bem acima dos modelos anteriores.


Nebulosas da Lagoa e Trífida fotografada por uma Nikon D40 numa lente de 55-300mm. Esta DSLR pode ser encontrada por menos de 500 reais em sites de leilão. Autor - Maurizio Ventura - Astrobin


Conclusão:
Comprar uma câmera para astrofotografia abaixo de 500 reais não é nada fácil. O meu conselho seria economizar mais um pouco e tentar juntar pelo menos mil reais, para adquirir uma DSLR usada ou uma ZWO ASI120, que tem apresentados resultados bem superiores a ASI030 e permitem fotografia de céu profundo (boas nas DSLRs, aceitáveis na ASI 120). Mas na falta de grana ou paciência, a ZWO ASI 034MC, atualização da 030MC, é uma boa compra. Se você achar uma Philips SCP900 também vale, apesar de eu preferir a ZWO. 

Neximage 5 ou Orion StarShoot 5 MP Solar System Color Camera) só se você não achar as anteriores, mas vale lembrar que elas são mais caras e têm apresentados resultados mais fracos até mesmo que seus modelos antigos, a Neximage  e a Orion StarShoot Solar System Color Imaging Camera IV. Estas tem qualidade de imagem próximas a uma SPC900 da Philips.

Se decidir por câmera compacta, pode ser que consiga bons resultados conectando ela a um telescópio. A superzoom é difícil de conectar ao telescópio e com 500 reais você vai ficar limitado a modelos inferiores ou usados. Eu evitaria está opção. Uma câmera de segurança não dará os mesmos resultados que uma DSLR, mas pode ser uma opção muito interessante para quem tem pouca grana e muita curiosidade.


Nota: A qualidade das astrofotos apresentadas neste post não representa com exatidão o que se pode conseguir com as câmeras relacionadas. Além da câmera há muitas outras variáveis que influem numa astrofotografia, como a qualidade da montagem, do instrumento óptico, as condições da captura e também a habilidade do astrofotõgrafo.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Nebulosa Cabeça do Macaco, a primeira astrofoto de 2014



Finalmente o céu abriu de forma aceitável aqui em Brasília. Infelizmente eu perdi os primeiros dias de céu limpo devido às comemorações de ano novo e as duas noites que peguei começaram bastante nubladas, mas depois melhoraram. Eu não podia perder a oportunidade.

O primeiro alvo de 2014 acabou sendo a Nebulosa Cabeça do Macaco, ou NGC 2174. Trata-se de uma Nebulosa de emissão localizada na constelação de Orion, bem na ponta, ao norte da constelação. A nebulosa está associada ao aglomerado aberto NGC 2175 e sua distância da Terra é estimada em 6,4 mil anos luz.

Cabeça do Macaco provavelmente não é dos melhores alvos para se fotografar com o setup usado, Atik 314L+Lente 200mm, mas na hora que estava preparando o setup haviam nuvens no céu. Por ser fácil de localizar, perto de uma estrela visível a olho nu, e por ser razoavelmente brilhante, era o alvo que dava pra pegar.

O resultado me agradou. Só não atingiu a perfeição por que a guiagem, feita com o céu nublado, apresentou algum rastro na captação em H-alpha. no segundo dia, quando captei as outras duas bandas de cor, oxigênio e enxofre, a guiagem estava melhor.

Notem que também fotografei com o diafragma um pouco fechado. Não adianta! A 200mm FD, tal como a 135mm F2.0 EF que eu tinha, precisa estar um pouco fechada para melhores resultados. Mas o diafragma manual traz algumas vantagens, a maior delas é poder deixar a lente totalmente aberta enquanto estou enquadrando para fechar o necessário na hora da captação. Com uma lente EF isso não seria possível. Pelo resultado da imagem, pela facilidade de uso e pelo preço, já que custou menos da metade de uma 200mm F2.8 EF nova, estou muito satisfeito com essa lente. O modelo mais novo, com diafragma automático me obrigaria a ter que colocar a lente na Canon T2i cada vez que eu quisesse variar o Diafragma. E enquadrar nebulosas muito pálidas com o diafragma em F4 iria exigir tempos de exposição maiores para este trabalho, deixando as coisas menos divertidas.

Também ajudou muito na imagem acima eu ter conseguido usar o recurso de Live view na CCD. Deixa eu explicar, live view é a possibilidade de ver ao vivo o que o sensor da câmera está mostrando. Esse recurso existe nas DSLRs mais modernas e é muito útil para se conseguir um bom foco. Você aponta para uma estrela mais brilhante e ajusta o foco até ela atingir o menor tamanho possível. Como as CCDs astronômicas não tem live view, nelas você tem que ir fotografando até conseguir a imagem que mais lhe satisfaz. Como você tem que tirar uma foto, analisar, tirar outra e assim por diante, o foco é um processo demorado e chato, principalmente quando você passa o foco do ponto e tem que ficar indo e vindo. Com o live view é possível conseguir o foco perfeito em poucos segundos.

CCDs monocromáticas teoricamente não possuem live view, mas no programa Artemis, que vem com a Atik 314L+ eu consegui simular isso muito bem. Veja como fiz:

  1. Encontre uma estrela bem brilhante.
  2. Reduza a área de captura para algo como 100x100pixels. Isso vai deixar o download muito mais rápido do que se você estive fotografando com toda a área da imagem.
  3. Mova a área de captura para sobre a estrela mais brilhante.
  4. Ajuste o sequencer para tirar fotos com 1 décimo de segundo de exposição.
  5. Programe o sequencer para tirar algo em torno de 6 mil fotos, ou quantas você vai achar necessário. Eu normalmente gasto bem menos que isso. O programa vai tirar uma foto por décimo de segundo. Então em um minuto, serão só 600 imagens muito pequenas. Com live view eu gasto bem menos que isso para conseguir o foco, deixo 6 mil só para não ter pressa nenhuma.
  6. - Clique em "Run" no sequencer. Como as imagens são muito pequenas, elas aparecerão em terpo real na tela do computador. É só ajustar o foco.

Dica: Configure para salvar as imagens num diretório separado, para facilitar na hora de excluí-las

Esse roteiro acima não foi um guia de uso do programa, mas do raciocínio usado. Por isso pode ser usado para outros programas de captura que tenham as mesmas opções.

E isso aí pessoal, que 2014 nos traga muitas belas imagens!

Abraços
Rodrigo Andolfato