domingo, 26 de fevereiro de 2017

Eclipse solar parcial em Brasília. Eu não passei em branco!

Eclipse parcial do Sol, em 26 de fevereiro de 2017, registrado com câmera Canon T2i e Lente Canon 200mm F2.8 L II USM.

Foi difícil. Parecia que ia ficar só na vontade. Mas nos últimos instantes, quando a lua já ia se retirando da frente do disco solar, percebi a claridade entrando pela janela do meu apartamento e corri para a varanda.

Eu acordei mais ou menos nove e meia da manhã. Estava até considerando a possibilidade de montar o telescópio na varanda do apartamento, mas de cara percebo que está um pouco escuro. Vou até a varanda e um leve chuvisco caia sobre Brasília. O céu estava completamente tampado. Deu até vontade de voltar pra cama, mas como eu tinha dormido razoavelmente cedo na noite anterior (para os meus padrões), já estava sem sono.

Quando já tinha até colocado o almoço pra esquentar, percebo que, do lado de fora do apartamento, estava mais claro. O céu ainda estava muito tampado, mas raios de Sol estavam atingindo o vidro das janelas. Corro para a varanda e tento fotografar o eclipse.

De cara, a primeira dificuldade, o Sol estava exatamente no zênite e o tripé de máquina fotográfica não conseguia apontar exatamente pra cima. Não dava tempo de pegar a montagem do telescópio. Bem, o Sol brilha muito, então daria para fotografar com a câmera na mão mesmo. É o que fiz. Só que a claridade do Sol é tão forte que não dava pra ver o que o LCD da câmera mostrava. Eu tinha que fotografar olhando o visor da câmera.

Foram cerca de vinte tentativas, num espaço de cinco minutos. Algumas imagens ficaram fora de foco, outras escuras ou claras demais, mas na insistência consegui um registro muito bom para uma lente de 200mm, que vocês veem no alto do post.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Nebulosa da Roseta em três visões


Como eu já disse um milhão de vezes, esta época do ano é sempre complicada para astrofotografia, devido às chuvas. Mas às vezes o céu abre, ou pelo menos finge que abre, e mesmo com nuvens ralas sobre meu apartamento, em Brasília, ou na chácara onde meus pais moram, em Uberlândia, consigo fazer algumas imagens interessantes.

Quem me acompanha há mais tempo, sabe que eu adoro combinar imagens de câmeras diferentes, principalmente cores com luminance. Faço isso desde que descobri o Software Fitswork e seus inúmeros recursos. 

Em dezembro fiz uma interessante captura da Nebulosa da Roseta, quando estive na chácara para as festas de fim de ano. Foram 64 frames de 40 segundos de exposição. O tempo limitado por frame foi devido a eu estar usando o Ioptron Skytracker e ter esquecido de levar a buscadora polar. Se tivesse levado, talvez conseguisse pelo menos um minuto por frame, com a lente Canon Ef 200mm F/2.8l Ii Usm, usada na captura. A câmera foi a boa Canon T2i modificada, velha de guerra.


Nebulosa da Roseta, capturada no último dia de 2016, na chácara onde moram meus pais. com lente de 200mm Canon USMII EF 2.8, Canon T2i e montagem Ioptron Skytracker.

Ao voltar pra Brasília, tive a chance de, da varanda de meu apartamento, capturar 28 frames de 5 minutos com o filtro H-alpha, na câmera Atik 314L+. Para isso, usei a mesma lente de 200mm e a montagem HEQ5 da Sky-Watcher, que me permitiram frames mais longos. O resultado desta combinação você vê abaixo. Repare que o campo está limitado pelo sensor da Atik, bem menor do que o da Canon. Nesta imagem, o H-alpha faz o papel de Luminance e a captura da Canon dá somente as cores ao registro.


Nebulosa da Roseta, com adição de H-alpha capturado com a Atik 314L+ e a mesma lente de 200mm.



Mas eu também tinha um registro em Hubble Palette de 2015, feito com a já vendida lente 200mm FD. Esse registro, em alguns aspectos é até superior ao atual, onde eu errei no foco do H-alpha, mas naquela captura eu não fiz flat frames, o que prejudicou o resultado final, principalmente o céu de fundo, que ficou repleto de manchas, me forçando a escurecer demais o fundo. Nesta nova captura, o fundo está muito mais uniforme. Neste caso, a imagem de 2015 serviu não apenas para dar cores, mas também para melhorar a definição do núcleo da Nebulosa, com o recurso de Mosaico do Fitswork.




As chuvas devem continuar em Brasília e deve demorar um pouco para pararem, mas eu nem estou com pressa. Com a represa que alimenta meu bairro secando, prefiro ficam uns tempos sem fotografar do que ficar sem água, ou que pelo menos chova muito no meio de semana e o céu abra sábado à noite, o melhor dia para fotografar, quando não preciso dormir e nem acordar cedo.