quarta-feira, 15 de março de 2017

A Libração Lunar: A face de nosso satélite não é tão parada como parece.

A Cratera Humboldt, registrada em dois momentos diferentes, mostrando como a Libração Lunar causa mudanças nos aspectos das formações Lunares vistas da Terra. Imagem feita com telescópio refletor de 200mm F4.5, extensor focal 5x e câmera Expanse Monocromática.



Talvez uma das coisas que mais chateie quem quer observar ou fotografar a Lua é o fato de que ela está sempre com a mesma face virada para a Terra. Ao contrário dos planetas, que apresentam rotação visível, principalmente Júpiter e Marte, a Lua está sempre com o mesmo lado virado para nós. Isso faz com que o outro lado permaneça oculto para observadores da Terra. As primeiras imagens do lado da Lua oposto à Terra, chamado de Lado Oculto da Lua, só foram feitas quando a sonda soviética Luna 3 sobrevoou nosso satélite natural, em 1959.

Então, como está presa a Terra, com a mesma face sempre voltada para nós, as formações lunares nunca se alteram? Não é bem assim. Na verdade a Lua não chega a estar totalmente presa à Terra. A Face virada para nós não é totalmente estática. Nosso satélite faz um bamboleio, que nos permite ver um pouco do que está na face oculta. Os efeitos deste movimento são percebidos principalmente em objetos próximos à borda do círculo lunar, chamado de limbo. Crateras mudam de forma, montanhas aparecem e desaparecem, proporcionando um espetáculo para astrônomos e astrofotógrafos mais atentos.

Curiosamente, os efeitos causados pela libração lunar são mais visíveis durante a Lua Cheia, período que a maioria não considera propício para fotografia lunar, já que não temos o contraste causado pela diferença entre o lado iluminado pelo Sol e o lado escuro da Lua. Mas na Lua cheia, se observarmos as bordas da Lua, vamos encontrar as crateras próximas ao limbo apresentando grande contraste, tornando-se um período propício para registros como o que vemos no alto deste post.

Esta gif, retirada da Wikipedia mostra como a Libração altera a posição da face iluminada da Lua em relação a Terra durante o período de um mês.